19 de junho de 2018

Chapada Diamantina

Tinha percorrido pouco mais de 20 Km quando encontrei a primeira bomba de gasolina a funcionar. A fila de carros estendia-se por seis quilómetros o que significava que muitos deles passariam ali não só o dia de Domingo como a noite para segunda e, provavelmente, voltariam para casa sem gasolina pois a disponível nos depósitos certamente não chegaria para todos.
Fui seguindo viagem e só cem quilómetros depois encontrei outra bomba com gasolina. Aqui a fila só se estendia por dois quilómetros mas continuava para mim impossível esperar várias horas para abastecer.
Fui até ao início da fila para tirar umas fotografias e, depois, fui fazer conversa com um grupo que estava junto a um taxi, pois estavam com um ar desconfiado por eu estar a filmar.
Conversa puxa conversa o dono do taxi perguntou-me se eu não queria que ele fosse buscar um “gerrican” que tinha no carro e enchesse de gasolina para colocarmos na moto.
- Seria optimo. E quanto lhe pago por esse favor?
- Uma cerveja
E assim foi. Passados dez minutos tinha o depósito cheio.
Com aquela gasolina consegui chegar à Chapada Diamantina embora, à chegada, o computador da moto indicasse que já só tinha combustível para 40 Km. As bombas da zona não tinham gota nem faziam ideia quando voltaria. Mentalizei-me para ficar por ali uns dias ou, quem sabe, semanas. Procurei então um lugar barato onde ficar. O primeiro Hostel onde me levaram tinha uma estrada de terra cheia de buracos e inclinada para lá chegar de maneira que perguntei por outro. O que me indicaram pertencia a um francês ali radicado e já com uma filha preta, amorosa, dos seus cinco anos. Tinha um ar limpo e organizado além de me proporem um quarto que, embora com oito camas, naquele primeiro dia seria só para mim, com um custo por noite inferior a dez euros.
Instalei-me por ali e, quando consultava a internet na pequena sala, conheci três miúdas brasileiras que tinham chegado no dia anterior e  conheceram uma francesa, giríssima, com quem partilhavam o quarto. Perguntaram se não queria sair para jantar com elas e acabei por passar os dias que estive na Chapada na sua companhia.
As brasileiras tinham trazido um carro alugado de São Salvador com gasolina à justa para regressarem à cidade. Perguntaram-me o que deviam fazer: deixar o carro parado três dias para garantirem que teriam gasolina para regressar ou passarmos esses três dias a visitar a Chapada no carro delas e rezarmos para que a gasolina entretanto chegasse. 

Recomendei-lhes, obviamente, a segunda hipótese. O melhor seria gastarmos aquela gasolina a passearmos pela Chapada e depois logo as ajudaria nas rezas, embora, sendo eu ateu, as minhas rezas, provavelmente, teriam até um efeito negativo.
















5 comentários:

  1. Cristiano Ferreira20 junho, 2018 18:17

    Tem sido uma autêntica delicia a leitura nestas últimas semanas, desde que descobri o seu blog.
    Claro que nos faz viajar praticamente na garupa da sua moto com os relatos espectaculares que faz.
    Fez-me parecer que me cruzei consigo no ultimo fim de semana na zona de Cascais, mas ao chegar ao dia de hoje, apercebi-me que tal não terá sido possível.
    Um bem haja na continuação da sua magnifica viagem, irei acompanhando daqui em diante... E a aguardar o livro!
    Grande abraço

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    1. Sim, é possível, Cristiano. Eu cheguei a semana passada do Brasil. As crónicas por vezes não são escritas no próprio dia e, normalmente, só são publicadas cerca de duas semanas depois pois por vezes não tenho acesso a internet. Obrigado pelos seus comentários. Abraço

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  2. Está a ver? :D :D
    Bjs Ana

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  3. Portuga, estou me divertindo muito lendo seu Blog....realmente fizemos uma excelente escolha e o dia foi incrível!! Até conseguimos gasolina rrsrsrsrs

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