30 de outubro de 2016

Grand Canyon


Deixei Las Vegas a caminho do Grand Canyon, visita obrigatória a cerca de 400 Km da capital do jogo. Decidi ir pela estrada principal que segue pelo Sul e voltar pelo Norte. A estrada através do deserto é linda com planícies gigantescas e enormes escarpas ao fundo com cores alaranjadas. Tinha reservado Hotel em Flagstaff, a Sul do Grand Canyon.
No dia, seguinte antes de visitar aquele impressionante vale, fui até Sedona, um menos espetacular a 50 Km de Flagstaff mas que tem a vantagem de ter uma estrada a passar no fundo do vale e é diferente porque tem vegetação. Aqui estamos na parte do Arizona que é junto a território Índio e alguns deles vêm vender o seu artesanato num dos pontos de vista no alto do vale. À conversa com um deles quis confirmar.
-You’re Indian aren’t you?
- I’m Navajo. We are not Indians. Indians are the people from India. We’re Native Americans.
E ele tem razão. Não faz muito sentido chamá-los Indios que foi o que Colombo lhes chamou quando chegou ao território e pensou que tinha chegado à India.
Almocei num simpático restaurante com vista espetacular sobre aquelas escarpas que nos lembram os filmes de cowboys dos anos sessenta e setenta.
Quando estava à mesa um homem veio apresentar-se:
- Olá. Eu sou o dono daquela Ducati.
Ficámos à conversa. Ele tinha uma coleção de Ducatis de entre as quais a original de TT que se classificou em segundo lugar no Dakar de 92, que acabou em Kape Town.
Participei nesse Dakar, contei-lhe. Com um carro de fabrico português.
-Really???
Da parte da tarde fui até ao Grand Canyon. Era mais longe to que estava à espera e cheguei já perto das cinco da tarde. Aliás aqui nos Estados Unidos tudo é mais longe do que estamos à espera. Olhamos para o mapa e vemos as distancias em milhas e tudo parece perto mas quando nos pomos à estrada nunca mais chegamos aos destinos.
Fiquei verdadeiramente impressionado com o Grand Canyon. Aquele vale, de dimensões gigantescas, foi cavado na rocha pelo leito de um rio durante séculos, abrindo uma enorme racha no planalto. A vista cá de cima é absolutamente deslumbrante.
Nesse dia acabei por ficar a dormir num Hotel lá junto porque era tarde para seguir viagem. De manhã voltei aos mesmos pontos de vista porque queria vê-los com outra luz e depois segui pela estrada 64, que dá a volta ao Grand Canyon pelo Norte, voltando depois ao deserto profundo do Arizona. Rodei até ao fim da tarde e, quando dei por mim, tinha percorrido 600 Km, primeiro através do deserto, depois por uma parte montanhosa com árvores e os últimos 50 Km numa via rápida que me levou a Cedar City, no Utah.
No dia seguinte de manhã voltei a arrancar cerca das 11 horas, sempre com bom tempo nesta parte do país, felizmente. As temperaturas têm andado entre os 20 e os 30º e só nas partes mais altas apanhei por vezes 14 ou 15º. Estou nos Estados Unidos já há vinte dias e ainda não apanhei um dia de chuva. Mas agora estou a caminho do Norte e certamente será diferente.
Tinha rodado cerca de duas horas na movimentada via rápida que desce para Las Vegas quando entrei numa bomba de gasolina e conheci dois franceses muito simpáticos que estavam a atravessar os Estados Unidos de bicicleta, a partir de Nova Iorque, já há dois meses. Ficámos mais de uma hora à conversa, trocámos contactos, tirámos umas fotografias e continuei viagem para sul.
Uns 50 Km depois passei junto ao Speedway de Las Vegas e não resisti parar. Não havia corridas no fim de semana mas estavam várias dezenas de camiões estacionados no padock e fui até lá tirar umas fotografias e perguntar porque estavam ali. Eram transportes de equipas de Dragsters e tinham vindo de uma corrida no Texas. Estavam ali para a corrida que haveria no fim de semana seguinte. “Por enquanto só cá estamos cerca de metade” disse-me um dos condutores dos camiões.
Passei depois junto a Las Vegas e desviei para NW a caminho do Death Valley. Passados uns 20 ou 30 Km entrei numa zona de deserto mais isolado. Tinha passado por um placard que anunciava que não haveria gasolina durante duas horas e meia mas não liguei muito ao assunto até porque ainda tinha bastante. Só que aquele deserto começou a ficar verdadeiramente isolado, com muito poucos carros a circularem em qualquer dos sentidos. Andei quase 200 Km e a única construção que vi foi uma prisão com um placard junto à estrada que anunciava ser proibido pedir boleia naquela zona. Será que a ideia era não darem boleia a algum preso que se evadisse?
Quando nessa manhã tinha procurado um Hotel na zona através da internet não tinha encontrado nada mas achei que certamente, no local, iria encontrar algum sítio onde ficar. Pelas cinco da tarde comecei a ficar um pouco preocupado, até porque tinha pouca água comigo e nada que comer. Pensei que, em ultimo caso, teria que parar antes de anoitecer para poder montar a tenda na borda da estrada. Entretanto a estrada deixava a grande planície e entrava por uma zona de serra deserta mas sempre sem se ver vivalma, qualquer construção e só um ou outro carro a passarem de longe em longe.
Eram seis e meia da tarde quando, já com 430 Km feitos nesse dia vi o que pareceu ser uma bomba de gasolina ao longe. Era mesmo. Foi como se tivesse encontrado um oásis a meio de uma travessia do Sahara. Havia também um pequeno mercado onde me pude abastecer de água e comer um gelado. Pertencia a uma família de Indianos que para ali se tinham mudado há duas semanas. Felizmente.
O Indiano era simpático e tratou de ligar para um Hotel 30 Km à frente, o único na zona, que felizmente tinha vagas. Depois, quis ir ver a moto. Contei-lhe que tinha estado na Índia e que de cada vez que estacionava juntava-se uma multidão à volta da moto. E que por todo o lado a pergunta que me faziam era não a potencia ou cilindrada da moto mas quanto custava.
-Ai, sim? E quanto custa?
Vivia há 25 anos nos Estados Unidos mas ainda era sangue Indiano que lhe corria nas veias.



27 de outubro de 2016

Las Vegas


Quando o concerto do Neil Young estava perto do fim e eu ainda noutro planeta com aquilo tudo, um casal de namorados veio para o pé de mim. Ela era gira, nos seus 37, 38 anos, cabelo curto e feições quase perfeitas. Pôs-se a dançar ao meu lado e, às tantas, perguntou-me o nome e começou a bater o rabo contra o meu ao som da música. Olhei para o namorado a ver se não estava a levar a mal mas parecia não o afectar. Até que a rapariga se agarrou a mim e assim ficou um momento. Depois, com a cara encostada à minha, disse-me ao ouvido:
- Não o posso largar porque você está a passar-me muita energia positiva.
- E o seu namorado não se importa que eu lhe passe toda essa energia positiva?
- Não.
E afastando um pouco a cara e virando-a na direção da minha disse:
- Olhe para a lua. Não está linda? Parece que tem anéis à volta.
- Está
E beijamo-nos.
O namorado achou naturalíssimo. Sim, com aquela lua percebe-se.
Passámos a dançar agarrados um ao outro.
Quando o Neil Young acabou o espetáculo perguntou-me se não queria ir beber um copo com eles mas achei melhor recusar.
Arranquei de Índio no dia seguinte, a caminho de Las Vegas.
A maior parte do trajeto é através de um espetacular deserto, num planalto de terra com montanhas ao longe. A estrada tem pouco movimento e por vezes passa junto a uma linha férrea onde comboios com quilómetros de comprimento, por vezes com uma locomotiva em cada ponta, transportam centenas de contentores.
Percorri pouco mais de 400 Km até Las Vegas. Cheguei ainda de dia, deixei a moto no Hotel e fui até ao centro observar aquele folclore e deixar uns tostões numa qualquer roleta.
Ainda a caminho do Hotel passei pela agora famosa Trump Tower e não resisti parar, para tirar uma fotografia.
A cidade tem uma vida noturna que não para e os Hoteis/Casinos parecem fazer concursos para ver qual é mais extravagante. O Bellagio tem um enorme lago em frente onde centenas de repuxos de água parecem dançar ao ritmo da música que passa nos altifalantes. O Mirage, para contrabalançar, inventou um vulcão que entra em “erupção” a cada duas horas, expelindo fumo e enormes labaredas, para delírio do povo. O Venetian tenta replicar Veneza, com Gôndolas a passearem em canais criados para o efeito e uma arquitetura que imita velhos palácios venezianos e que deve ter custado uma fortuna incalculável. No interior, uma sala com pinturas tenta imitar a capela Cestina, para delírio dos turistas chineses para quem as cópias são sempre melhores que os originais, por serem novas e estarem em melhor estado. Ruas interiores replicam as de Veneza com o teto  pintado como um céu.
O Caesars Palace, por sua vez, imita Roma e à entrada tem uma estátua de Julio Cezar enquanto uma charrete ao estilo das de corrida que víamos no Ben-Hur, colocada no Hall de entrada, serve para os passeantes tirarem fotografias.
Só me lembrava do meu pai, que odiava este género de coisas e quando as via dizia ironicamente: “Ai, que interessante”.
Mas eu acho mesmo interessante. E o que tem graça é que toda a gente pode andar a passear pelas recepções e átrios dos melhores hotéis, acabando por ser uma espécie de feira gigante onde, nos túneis envidraçados que ligam os hotéis ao outro lado das ruas, até mendigos se instalam a pedir esmola com frases em cartões a contarem as suas tristes histórias. Um deles, sem rodeios, justificava a esmola com um “sai caro estar agarrado ao crack”.
Nesta rua principal ou “strip” como lhe chamam, multidões movimentam-se de hotel em hotel a ver a paisagem, ou as montras de lojas como as de Louis Vuitton, Armani ou Tiffany’s ou a jogar nas centenas de máquinas, roletas e mesas de bacará disponíveis. Não param de um lado para o outro. Temos a sensação de estar numa feira de aldeia gigantesca em que o local tenta reproduzir o melhor nível europeu, mas mais extravagante e caro, e os visitantes são do tipo “profissional de feira de aldeia”, que vai a todas.



25 de outubro de 2016

Indio - California


Já esperava um concerto fora do vulgar mas este superou em muito todas as expectativas que pudesse ter. Ainda por cima, para ajudar à festa, estava uma temperatura noturna ideal, dos seus 24, 25º, noites de lua cheia e montaram uma aparelhagem de som fenomenal.
Quando entrei no recinto, na sexta feira pelas quatro e meia da tarde, a gorducha que me controlou a pulseira virou-se para mim e disse:
“Wow. First row. You must be bloody rich, sucker” e levantou a mão para bater contra a minha a rir-se.
“Enjoy the concert”
Começou com o Bob Dylan. “That guy is a character”. O tipo é extraordinário. Maior que os Americanos todos juntos. E tem consciência disso. Apresentou-se com um blazer manhoso que nem Zara, mas engomado, e umas calças também pretas e de ar bera que lhe caíam pelas pernas abaixo e tinham a extravagancia de serem à boca de sino e terem umas flores bordadas de lado. O homem arrancou a cantar e tocar piano em pé com aquela voz única e um ar de “eu já não tenho paciência para isto” mas nitidamente a gostar de estar perante 80.000 pessoas.
Continuou, trocando por diversas vezes o piano por uma viola ou a sua famosa gaita mas não deu confiança a ninguém e, ao longo do concerto ou mesmo no fim, não disse um obrigado ou teve qualquer conversa com o publico, ao contrario de todos os outros artistas. Ficamos com a sensação que ele acha graça ir ali tocar mas não dá confiança aquela multidão de analfabetos que estão longe de perceber a sua poesia, como foi considerada e muito bem, pelos júris do Nobel. Aliás a grande maioria dos Americanos não deu grande importância a este prémio Nobel pela simples razão que não fazem ideia do que seja.
Quando chegou a hora de se ir embora juntou os músicos que tocaram com ele e a sua forma de agradecer foi ficar em pé, por uns segundos, a olhar para o publico, sem dizer uma palavra. Extraordinário. Adorei.
Vi os Rolling Stones pela primeira vez, em Londres, há mais de trinta anos, quando se dizia: Vamos vê-los porque estão velhos, já têm mais de 40 anos, e este deve ser o ultimo concerto que dão. Ninguém acreditaria que trinta anos mais tarde, mesmo com a ajuda de umas vozes jovens, conseguiriam dar um espetáculo fantástico como o que deram, com o Mick Jaeger a continuar a saltar e dançar pelo palco fora, embora a ter que beber água o tempo todo e descansar de vez em quando, enquanto um surpreendente Keith Richards que já pouco mais faz que barulho com a sua guitarra, cantou duas músicas com uma voz muito melhor do que alguma vez se esperaria de um homem que parece estar com os pés para a cova há vinte anos. Fantásticos. Grande show.
O Roger Daltrey, dos Who, estava há menos de uma semana entubado no hospital, como contou o Pete Townshend, mas apresentou-se em palco com uma energia para dar e vender e a atirar o microfone ao ar, vezes sem conta, ao bom estilo do nosso Marco Paulo. Giríssimo. O Pete Townshend continua a ser um dos melhores guitarristas da atualidade. Sensacionais.
O Paul Mc Cartney também montou um espetáculo fenomenal, felizmente muito agarrado aos velhos temas dos Beatles.
Estes dois foram quem mais encheu as medidas aos americanos, que dançaram e cantaram as velhas músicas dos Who e Beatles apaixonadamente.
Mas o melhor do fim de semana foram os dois de que ainda não falei.
Os Plink Floyd dos dias de hoje conseguem superar os originais a tocarem as mesmas fabulosas músicas. O Roger Waters monta um espetáculo de som e imagem único, junta duas vozes de coro femininas do outro mundo e músicos ao melhor nível, enquanto ele mantém a mesma voz inconfundível. Tudo isto com uma aparelhagem de som quarenta anos à frente. Duvido que o David Gilmore se consiga sequer aproximar do nível a que assistimos no fim de semana. Foi uma coisa de outro planeta.  Absolutamente extraordinário.
Finalmente Neil Young. Era, talvez, o único ídolo que tinha na música da minha juventude. Nunca tinha assistido a um concerto dele. Quando começou a cantar e tocar não queria acreditar. O homem canta e toca como o fazia há quarenta anos. Absolutamente único.
Quando ele começou a cantar lágrimas de emoção começaram a cair-me pela cara e não pararam durante mais de metade do concerto. Nem sabia que tinha tantas lágrimas. E não tinha fumado nada, a não ser como fumador passivo. Tocou as três primeiras músicas sozinho e, depois, foi acompanhado por outros três guitarristas dois dos quais, ainda miúdos, estavam entre os quatro melhores do fim de semana, grupo onde estava incluído ele próprio, evidentemente. Foram duas horas extraordinárias que vão ficar na minha memória para sempre.

23 de outubro de 2016

Joshua Tree National Park





No Hostel, em San Diego, conheci uma miúda Coreana muito simpática. Quando arranquei ela veio despedir-se junto da moto. Trocámos contactos mas não nos pensávamos voltar a ver tão cedo. Ela também ia para Los Angeles nesse dia mas para o outro lado da cidade e não a podia levar na moto porque não tinha espaço para a sua enorme mala nem capacete.
Chegado a Los Angeles, depois de almoçar às quatro da tarde, fui deixar as coisas ao Hotel e tratei de ir buscar as encomendas que tinham chegado a casa de um amigo. Ao final da tarde decidi ir visitar o Observatório Astrológico de LA que, para além de ser muito interessante, tem uma vista fantástica sobre a cidade por ser no alto de um monte. Qual não foi o meu espanto quando, ao preparar-me para arrancar, já de noite, encontrei a Tim, com duas amigas, também a acabarem de visitar o Observatório. O mundo é pequeno.
Já tinha ouvido falar, quando ainda estava em Portugal, de um concerto que haveria em Índio, na Califórnia, por esta altura do ano, com um elenco de cortar a respiração. No mesmo fim de semana tocavam Bob Dylan, The Rolling Stones, Neil Young, Paul Mc Cartney, The Who e Pink Floyd. O preço dos bilhetes era pornográfico mas pensei o que depois disse Mick Jaeger durante o concerto: que este concerto não se deveria chamar “Desert Trip” como lhe chamaram mas sim: “Concerto do vamos lá vê-los antes que eles batam a bota”.
De facto todos os artistas tinham mais de 70 anos e certamente não haverá outra oportunidade de os juntar. Arranjei um bilhete nas primeiras filas e arranquei para Índio. Os Hoteis estavam esgotados e só consegui arranjar um em Yucca Valley, a 75 Km do local do concerto.
Saí de Los Angeles ao final da manhã duma sexta feira, primeiro dia de concerto, e comecei por ir a Yucca Valley, no Joshua Tree National Park, fazer o check in e deixar as malas.
Quando deixamos LA para Oriente, passados uns 60 Km, entramos num deserto de terra, com muito pouca vegetação, rasteira, a via rápida a passar numa planície entre montanhas. É uma paisagem fantástica. Na zona de onde sai o desvio para Joshua Tree National Park, a uns 200 Km de LA, talvez por as montanhas formarem uma espécie de funil, originando um efeito de venturi, o vento aumenta muito de intensidade. É uma planície com uns cinco quilómetros de largura que temos que atravessar. Devido às condições de vento montaram ali um parque eólico mas, à boa maneira americana, não tem meia dúzia de ventoinhas, como vemos por aí, mas centenas delas numa área relativamente pequena. Parece uma paisagem assustadoramente futurista: imaginamos um mundo deserto,  cheio de ventoinhas silenciosas a produzirem eletricidade, sem clientes para a consumirem.
Entrei nessa recta, que atravessa para as montanhas a Norte e apanhei o vento mais forte que alguma vez tinha apanhado de moto. A moto, acentuadamente inclinada para a esquerda na recta, abanava com as rajadas e fazia-me varrer a faixa de rodagem. Tive que reduzir a velocidade para pouco mais de 80 Km/h.
Quando estava a percorrer esta recta já pensava o que seria atravessá-la nos próximos três dias, às duas da manhã, de regresso ao Hotel depois dos concertos. Por acaso acabou por não ser tão mau como estava à espera porque fui-me habituando ao tratamento que me esperava todas as noites. E, depois das sensações extraordinárias por que passei naqueles concertos, este trajeto passou a ser um contratempo sem grande importância.
Este Joshua Tree National Park é uma parte deste deserto que, por ser num planalto com temperaturas mais amenas, tem a particularidade de ali crescerem estas árvores que só se dão nas terras mais altas desta zona do mundo, existindo ainda noutros três estados americanos vizinhos. O nome Joshua Tree foi-lhe dado pelos Mormon, quando atravessaram esta zona em meados do século XIX, por lhes fazer lembrar uma pose de prece do profeta Joshue, discípulo de Moisés.

21 de outubro de 2016

San Diego





Ainda em San Diego acordei perto das nove e, às dez da manhã estava a frequentar uma aula de Yoga, na relva junto á praia, organizada pelo Hostel. A miúda esticou-me o corpo todo. Acho que até fiquei mais alto.
Depois peguei na moto e fui até outra praia onde aluguei uma bicicleta para poder percorrer o pontão junto ao mar durante uma hora, até chegar a uma praia onde as focas vêm até à costa e andam a brincar, junto à rochas. Pelo caminho parei num restaurante de um Iraniano com quem estive à conversa sobre o Irão. Pouco tempo depois sentou-se uma miúda canadense ao meu lado que, quando soube que eu era português, me contou que os seus avós eram portugueses, de trás os montes.
- Vieram há quarenta anos para o Canadá mas nunca aprenderam inglês. Mostrou-me a fotografia dos avós e acreditei.
- Não é um típico casal português?
- É.
San Diego é uma cidade espetacular porque nesta zona das praias tem reentrâncias grandes de mar, que formam lagoas onde construíram várias marinas. Na zona de La Jolla fantásticas casas sobre o mar e pequenas praias abertas nas rochas.
Na volta passei, por acaso, pelo concessionário local da Rolls e Bentley. Estacionei a bicicleta à porta e visitei o stand. A vendedora viu-me encostar a bicicleta ao poste, achou que eu tinha ar de milionário extravagante e recebeu-me como se eu fosse encomendar um carro. Tinha nada menos que 14 Bentleys e 8 Rolls Royce novos em stock, de todas as versões e modelos.
Depois de devolver a bicicleta decidi ir visitar uma ilha que me tinham recomendado, Coronado. Apanhei a via rápida que me levava à ponte que atravessa da parte continental da cidade mas quando lá cheguei estava bloqueada com carros da polícia. Esperei na parte da frente de uma enorme fila, distraído á conversa com outros dois tipos de moto mas passada meia hora decidi ir perguntar o que se passava. Um homem teria parado o carro na ponte e suicidou-se. Mandaram parar tudo e pouco depois a polícia veio dizer que ninguém poderia ficar naquela fila, tendo que mover-se para outro lado à espera de poderem atravessar. Voltei ao Hostel, deixando a visita à ilha para o dia seguinte.
Voltei a Coronado antes de partir de volta para Los Angeles. A ilha é gira e bem arranjada, com relva e plantas nos passeios centrais das ruas principais e uma excelente praia. No lado Sul uma enorme base militar onde pelo menos dois porta aviões estavam estacionados, naquele que é o extremo Sul do país naquela costa.
Regressei a Los Angeles porque tinham ficado de mandar por correio para casa de um amigo que ali vive não só o Carnet da moto (espécie de Passaporte da moto) como o bilhete para um festival de música a que assisti uns dias depois no deserto.
Nos arredores de Los Angeles parei para comer qualquer coisa num bairro que me pareceu como qualquer bairro dos arredores de grandes cidades. Só quando me instalei na Pizzaria mexicana reparei que era um bairro só de mexicanos. Havia um tipo que não saía de volta da minha mota com ar de a querer levar para casa. Olhei à minha volta e tanto os clientes como as pessoas que passavam na rua eram todos mexicanos. Um grupo de miúdas dos seus treze anos, sentadas numa das mesas a dividirem uma pisa, gritavam “vagiiiina” e riam-se muito. Ninguém lhes ligava a não ser três miúdos, sentados na outra ponta do restaurante, a quem elas pareciam querer chamar a atenção. O dono saiu de trás do balcão para me receber com o ar de: “obrigado por se ter dignado entrar na minha espelunca”. Tratou-me lindamente e foi fazer um esparguete carbonara que, surpreendentemente, estava óptimo enquanto o criado me trazia uma salada e pão de alho que anunciou serem oferta da casa.  Almocei sem tirar os olhos da rua onde estava a moto e o rapaz que a rodeava e arranquei logo que pude.

18 de outubro de 2016

Los Angeles







De San José parti de manhã pela fabulosa Estrada nacional nº 1 rumo ao Sul. Tem só uma faixa para cada lado e serpenteia, junto ao mar, com falésias e praias fantásticas pelo caminho e muito pouca construção. Por existir uma autoestrada mais para o interior, com o mesmo trajeto, tem pouco movimento, a maioria sendo de turistas que alugam Ford Mustang descapotáveis e fazem aquele passeio, já típico, que atravessa a região de Big Sur.
Instalei-me num Hotel em San Luis Obispo. Mais a sul a estrada passa um pouco para o interior, junto a grandes plantações de vinha, alfaces, etc.
Voltei a apanhar a costa perto de Santa Barbara até Los Angeles. A meio caminho parei no imprescindível Neptune’s Net café que, sendo Domingo, estava preenchido com carros e motos espampanantes. Harleys, principalmente e Hotrods a lembrar os dos anos 70.
A Estrada segue por Malibu, uma zona de boas casas junto ao mar. Mais à frente Santa Mónica. Pelo caminho uma praia com uma enorme fila de grandes motorhomes que ali param para passar o fim de semana, a maneira americana de acampar.
Finalmente, já em Los Angeles, a famosa praia de Venice, com o seu imprescindível skate park, ginásio ao ar livre e vários campos de Paddle tenis, como chamam os Americanos a uma espécie de mini tenis jogado em pequenos courts de piso rápido com bolas de tenis e raquetes de paddle.
Fiquei num Hotel em Hollywood e passeei por Hollywood Boulevard onde está o passeio das estrelas, uma foleirada cheia de turistas, principalmente sul americanos e asiáticos.
No dia seguinte visitei a famosa Amoeba, a mais conhecia loja de discos de LA, com muitos milhare de CD’s e LP’s à venda. Vai fechar no ano que vem, para dar lugar a um prédio, que já não há quem compre discos e CD’s em quantidade que justifique.
Em Beverly Hills parei junto a um especialista de Rolls clássicos. Uma pequena oficina com velhos de mais de sessenta anos a trabalharem, tanto na mecânica como na chapa. São quem ainda sabe mexer nestes carros. No stand, entre dois Bentley Azure descapotáveis, estava o Rolls Royce mais bonito que alguma vez vi. Era um Silver Cloud descapotável de 62, o meu modelo preferido, mas tinha um pormenor único. Os faróis, de grandes dimensões, eram separados da carroçaria, à boa maneira dos anos 30. Tinha sido feito, na época, por encomenda e era modelo único. Absolutamente fenomenal. Os dois Azure estavam marcados a 50 e 55.000 dólares. Por este Silver Cloud pediam 550.000. Que pena não os ter ao canto de uma gaveta.
Fiquei em Los Angeles dois dias e segui depois para sul até San Diego, junto à fronteira com o México. É uma cidade mais arejada, também na costa. O dia pôs-se cinzento mas por aqui praticamente não chove. Por esse motivo em toda a Califórnia vemos indicações para se poupar água, os duches nos hotéis têm pouca pressão e recomendam que não reguem a relva, deixando-a muitas vezes morrer. Em Los Angeles quase só as casas mais caras, de Beverly Hills, e junto ao observatório planetário conservam relvados impecáveis.
Em San Diego instalei-me num animado Hostal, com as paredes exteriores multicolores com pinturas de sereias e flores e um emblema da paz ao meio em grande.
Aqui, junto a uma das praias mais concorridas da zona, hippies de ar  decrépito vagueiam pelas ruas. Vêm-se velhos de 70 anos a fazer surf e, no passeio junto à praia, a andarem de skateboard. Uma mulher, já com idade para ter juízo, dança freneticamente no terraço de casa sobre a praia. Temos a sensação que os hippies do final dos anos sessenta continuam aqui a fazer a mesma vida só que com mais meio século em cima dos ombros. A droga parece mantê-los de espírito jovem, mesmo se os corpos evidenciam desgaste. Vêm-se VW carochas com as traseiras cortadas a falharem e outros com o tejadilho rebaixado. Outros deslocam-se em velhas carrinhas pick-up americanas apodrecidas pelo ar do mar que não passariam numa inspeção nem na India.
Aqui no hostal está uma velha com mais de setenta anos com o cabelo branco, comprido até ao rabo, que fuma meio maço de tabaco ao pequeno almoço e depois sai para a praia de prancha debaixo do braço.

15 de outubro de 2016

Sacramento






A moto desta vez vinha só com o vidro da carenagem e os retrovisores desmontados pelo que tratei eu de acabar de a desencaixotar e montar aquelas peças. Fui com um empregado da agencia comprar óleo e gasolina, que tinham sido retirados para o transporte e, pelas quatro da tarde estava a caminho de regresso ao Fisherman’s Wharf em San Francisco.
No dia seguinte ainda fiz uma visita guiada à imprescindível prisão de Alcatraz, situada numa ilha na baía e onde Al Capone e outros famosos criminosos estiveram presos. Fechou em 1963 porque chegaram à conclusão que saía demasiado cara manter. A curiosidade foi que, em 1969, pouco depois do movimento hippie a favor da paz no mundo e contra a Guerra no Vietnam fazer furor, um grupo de umas centenas de Índios resolveram ocupar Alcatraz como protesto por os terem corrido das suas terras. Ali estiveram durante quase um ano até os mandarem embora mas a ocupação chamou a atenção para a causa dos Índios e obrigou o governo Americano a devolver-lhes um local onde viverem, mantendo as suas tradições e costumes. Aqui, tal como na Australia, também houve uma época em que o governo decidiu retirar as crianças Índias às famílias, para as educarem como ocidentais.
Nesse mesmo dia parti a caminho de Sacramento, a pouco mais de cem quilómetros, para visitar um museu de carros antigos e uma exposição do que aqui chamam RV’s e que são as motorhome americanas “que me encantan” como diria se fosse espanhol.
Na saída de San Francisco atravessei a “Golden Gate Bridge” que é muito parecida com a nossa sobre o Tejo mas mais antiga e curta, com pilares mais elaborados e a vantagem de passeios pedestres e para bicicletas que proporcionam passeios com excelente vista.
Sacramento é uma pequena cidade limpa e bem organizada com um imponente edifício camarário, mais uma vez a replicar construções romanas de outros tempos, e uma parte da cidade antiga com casas baixas e bares, muitos deles em madeira, a fazer lembrar as dos filmes de cowboys.
O museu tinha pouco interesse mas as RV’s eram extraordinárias.
No dia seguinte deixei Sacramento a caminho da costa Sul pois a minha ideia é passar em Los Angeles, descer até San Diego e depois ir para o interior em direção a Las Vegas.
Apanhei a estrada principal para Sul mas, como queria seguir junto à costa, mal passei o que calculei ser a latitude de San Francisco procurei uma estrada que me levasse para ocidente. Tinha gasolina para uns 80 Km e, pelo mapa, pareceu-me que o trajeto através de uma cadeia montanhosa teria uns 50 Km. Meti por uma estreita estrada em direção à serra mas felizmente acabava numa cabine de guardas 10 Km depois. Disseram-me que a estrada não tinha fim e ia dar só a um clube de golf. O guarda disse-me que junto à estrada principal havia outra, paralela a esta, que atravessava a serra até à costa. Voltei para trás e desta vez fui à procura de gasolina antes de me aventurar pela estreita estrada deserta. Já reabastecido comecei então a subir a serra, de vegetação seca, mas passados 50 Km através desta estreita estrada muito sinuosa e deserta, constatei que a distancia era muito superior ao que tinha calculado. As montanhas seguiam-se umas às outras, a velocidade média era baixa e começou a anoitecer. Não passava um único carro por mim. Pelo meio vi vários veados a atravessarem a estrada, assustados com o barulho da moto. Por fim, no alto da serra, um observatório astrológico e, a uns cem metros, uma pequena casa com um painel à porta que dizia: “Observational Astronomy Workshop. Graduate Students Check-in”. Parei. A porta estava aberta e entrei. Chamei por alguém mas sem resposta abri outra porta de onde ouvia vozes de jovens. Estava um grupo de uns vinte a jantar em amena conversa. Um responsável que teria menos de 40 anos, veio ter comigo. Perguntei se não tinham um quarto que alugassem onde pudesse passar a noite. Disse-me que não, que aquilo estava reservado a cientistas. Estive quase para dizer que era um deles. Disse-me que já só estava a pouco mais de uma hora da costa de maneira que voltei à estrada e, três quartos de hora depois, cheguei a San José, mais a norte do que estava à espera. Encontrei um Motel e por ali fiquei.

13 de outubro de 2016

San Francisco 2




 
Na manhã em que aterrei apanhei uma destas “Shared Van”, uma carrinha com três bancos corridos que leva vários passageiros pela ronda dos hotéis da cidade. Esta tinha um ar podre assim como o condutor preto que, ao sentar-se ao volante, atirou o boné para o chão da frente, por cima de latas vazias de Coca Cola e papéis amarelados de velhos. Chegados à via rápida aquela caranguejola, puxada por um velho V8 a gasolina, ao ultrapassar os 80 Km/h começou a tremer de uma forma que parecia se ir desconjuntar. “Ando aqui desde as três da manhã”, contava-me o homem. A partir daí fui fazendo conversa, para ver se não adormecia. Nos bancos atrás do meu vinha um homem dos seus cinquenta anos e uma miúda nova, que não abriam a boca de assustados que estavam. Cada um de nós tinha destinos diferentes.
- Ai você é português? Não foi “da Gama” que descobriu os Estados Unidos?
Não. O que cá veio era italiano ao serviço dos espanhóis.
- Sim. Mas vocês venderam muitos escravos de África para cá.
- É provável.
Cheguei ao hostal por volta do meio dia. Deixei as malas e fui a pé até à animada rua do porto. Fiquei a almoçar num restaurante junto às docas e da parte da tarde dei mais uma volta por ali a ver as focas que vêm gritar por restos de peixe junto dos pescadores que o preparam ainda a bordo, no cais, ou músicos de diferentes níveis artísticos que instalam as suas aparelhagens sonoras e uma mesa com moedas espalhadas para os passeantes irem alimentando. Um velho vestido como um inglês de outros tempos e com um enorme bigode branco fazia magia numa pequena banca rodeada de curiosos.
Por entre os cafés e bares um ou outro museu à maneira americana ou seja, não de antiguidades mas de monstros em ferro ou réplicas de personagens famosas em cera. Na rua passam muitos descapotáveis e um grupo de motos, com miúdos a fazerem cavalinhos. Enfim, muito animado.
No dia seguinte, segunda feira, o agente de navegação mandou-me uma mensagem a dizer que os papéis estavam em ordem e a moto poderia ser levantada nos seus armazéns.
Como era a uns 50 Km da cidade decidi ir de transportes públicos. O primeiro foi um autocarro. Atrás de mim entrou uma menina com um cão para cegos e uma “T shirt” a indicar que trabalhava para uma firma que os treinava. A velha que se sentou em frente dela quis saber tudo sobre estes cães e estava visivelmente fascinada, ao ponto de às tantas perguntar à menina:
Nos outros países também há destes cães para cegos?
Isto é a realidade americana. O povo mais inculto, que por vezes inclui até deputados, pensa que o mundo são os Estados Unidos e depois há uma série de outros países que eles não percebem bem como sobrevivem.
No autocarro seguinte um velho meteu conversa comigo.
- Português? Ainda não consegui compreender porque Portugal e Espanha são dois países diferentes. Existe uma separação entre eles?
- Pela mesma razão que os estados Unidos e o Canadá também são dois países diferentes.
- Não, mas isso é diferente.
- É? Porquê?
- Pois. Talvez tenha razão.

12 de outubro de 2016

San Francisco - USA



Conhecia pouco dos Estados Unidos. Nova Iorque e Boston, de quando vim correr de monolugar à oval de New Hampshire.
Depois de passar o mês de Agosto a percorrer o Japão esta minha viagem à volta do mundo levou-me agora a San Francisco para onde a moto foi enviada, de barco, desde o porto de Kobe.
Parti de Lisboa num avião da Sata rumo a Ponta Delgada para no mesmo dia seguir para Boston, na costa Atlântica dos Estados Unidos.
Tinha reservado lugar num hostal destes onde se dorme em camaratas, para tentar cumprir o meu “budget” de viagem. Cheguei de táxi a um bairro bastante central mas … um pouco “underground” por volta das nove da noite e decidi ir logo dormir pois teria que acordar às cinco da manhã para apanhar o avião que me levaria a S. Francisco e, com a mudança de hora, para mim já era uma da manhã. Os recepcionistas eram um miúdo e uma miúda “African Americans”, como aqui lhes chamam. Ele com um barrete na cabeça a tapar a enorme cabeleira de rastas, ao estilo Bob Marley e óculos escuros, ela, gorducha, com aparência mais natural.  Pareciam tirados de um filme. Depois de pagar o rapaz indicou-me um quarto e numero de cama.
Na cama por cima da minha estava deitado um miúdo Americano de descendência oriental que meteu logo conversa. Era simpático mas eu queria era dormir rapidamente e não lhe dei grande troco. Pus-me a ler na cama quando entrou uma velha, dos seus oitenta anos, mal vestida e despenteada, que olhou para mim e disse: “oh, oh, that’s my bed”. Assustei-me com a ideia que a cena seguinte fosse ela a enfiar-se na minha cama. Rapidamente disse que devia ir à recepção perguntar o que se passava pois fora lá que me tinham dado aquele numero de cama para ocupar.
“Wow. This is weird” comentou o meu vizinho de cima quando conseguiu fechar a boca de espanto depois da velha sair, a resmungar, em direção à recepção.
Só voltou um quarto de hora depois quando já tinha apagado a luz e estava quase a dormir.  Felizmente trazia um set de lençóis, pediu desculpa pelo barulho e tratou de fazer a cama do outro lado do pequeno quarto.
“This is weird”, repetiu o meu vizinho.
Ainda não eram cinco da manhã quando tocou o meu despertador. Tomei um duche e apanhei um táxi de volta ao aeroporto. Desta vez apanhei um voo da low cost Virgin America. Os aviões são novos e cómodos mas as refeições são pagas à parte e até os auscultadores para permitir ter som nos filmes ou televisão são vendidos aos passageiros.
San Francisco é uma cidade mais pequena do que estava à espera. O hostal onde me instalei, “Fisherman’s Wharf” era simpático porque arejado, com uma grande sala de estar e junto ao porto onde a rua principal é das mais animadas da cidade com restaurantes e bares, músicos a tocarem nas ruas e museus com figuras de filmes extraterrestres ou artistas conhecidos em cera.
Sendo um país com pouco mais de 200 anos os Estados Unidos não têm monumentos com história e museus interessantes só certamente em Nova Iorque e provavelmente em Washington. Mas fabricam imponentes construções a imitar as romanas de há muitos séculos, como aliás o fizeram os romanos com o Vittorio Emanuele II, acabado de construir já pelo Mussolini. Aqui em San Francisco, quando de uma enorme exposição do início do séculos passado, principalmente focada em novas tecnologias, que festejava a abertura do Canal do Panamá, construíram uma enorme cúpula ao estilo romano e paredes do que poderia ser um antigo palácio em ruinas. Junto a um lago e um pequeno parque o atual monumento imita bem a realidade e tem um ar imponente e atrativo, destacando-se do resto das construções.