1 de junho de 2018

São Luis do Maranhão



Deixei Belém, a caminho de S. Luis, debaixo de chuva, pelas onze da manhã. O Alex e o Alencar já me tinham posto em contacto com membros de outro clube motociclista que me oferecera estadia em S. Luis mas eu tinha ideia de fazer uma surpresa a um amigo que ali vive há anos e explora um restaurante no velho centro da cidade.
Fiquei a dormir pelo caminho, na cidade de Maracaçumé e só no dia seguinte, depois de almoço, cheguei a S. Luis, no ferry que atravessa a Norte para a famosa ilha, hoje em dia ligada a terra, no Sul, por uma ponte.
Os membros de vários clubes de motociclistas não paravam de me enviar mensagens para se encontrarem comigo na cidade. Parei num “snack” com internet e respondi a dizer onde estava. Passados dez minutos vieram lá ter dois deles. Guiaram-me até ao restaurante do meu amigo João Paulo Catalão, que me convidou a ficar por lá a dormir. Bebemos uma limonada com os dois motards que, ao fim da tarde, nos passaram a buscar, a mim e ao meu amigo, para nos proporcionarem um passeio guiado pela cidade, onde até visitámos um clube onde se desenrolava uma demonstração de capoeira. Acabámos a jantar um excelente peixe num restaurante de praia, oferecido por eles. Muito simpático.
No dia seguinte parti para uma pequena vila mais a Sul onde me instalei na casa da uma sobrinha da mulher do meu amigo de S. Luis.
Barreirinhas fica junto aos famosos Lençóis do Maranhão, um conjunto de muitas dunas onde, na época das chuvas, se formam lagoas de transparente água pluvial por entre os bancos de areia. É uma paisagem espectacular que se estende por muitos quilómetros quadrados.
A casa da Maria, construída pelo marido, fica fora da vila. Para lá chegar atravessamos o rio Preguiça numa balsa para depois irmos de Moto 4 através de estrada de areia mole até à casa. Naquela zona, a cerca de centena de habitantes só circula de Moto 4, ou a pé.
A minha moto teve que ficar guardada na outra margem. A casa da Maria é muito básica, com a telha à mostra no interior das três divisões. A rede de telemóvel não chega ali e internet nem sabem o que é. No meu colchão, estendido na sala desprovida de móveis ou decoração, só não fui devorado por mosquitos e todo o tipo de insectos porque uma ventoinha soprou a noite inteira na minha direcção. A Maria, uma miúda linda dos seus trinta anos, era excelente dona de casa e preparou optimos jantares em panelas que brilhavam de limpas.

No dia seguinte à chegada fui dar um passeio de 4x4 pelos lençóis que durou o dia todo. Da parte da manhã apanhámos partes da estrada alagadas pelas ultimas chuvas quando o condutor, por vezes, cuidadoso, saía do Jipe e, a pé, media a altura de água através dos calções. Se o nível de água chegava aos calções procurava uma alternativa de passagem mais baixa. E assim fomos andando até à zona de dunas e ao restaurante de praia onde almoçámos e onde só se chega ou através daquela estrada de terra alagada num trajecto de mais de uma hora ou através das dunas, por onde regressámos à tarde, depois de bons banhos numa das lagoas.

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