13 de junho de 2018

Maceió

Acabei por ainda ficar na Barra de Sirinhaém de Domingo para segunda, para não partir de noite.
Na manhã de segunda feira arranquei então por uma estrada secundária que vai dar à costa, atravessando antes a Reserva Biológica do Saltinho, de muita vegetação. Depois passa-se junto a praias fabulosas, muitas delas ainda por explorar.
Pelas quatro da tarde cheguei a Maceió. Tinha ficado de contactar outro dos amigos do Alencar, o juiz que conhecera em Belém mas, sem conseguir apanhá-lo acabei por procurar uma estalagem onde ficar. Guiei-me pela classificação do Booking para a escolher mas, conforme já me tinha acontecido aqui no Brasil, muitas destas classificações são falseadas, certamente por amigos dos donos. Assim, fui parar a uma espelunca com a classificação de “Fabulosa”. Quando lá cheguei disse para cancelarem a reserva que procuraria outro lugar mas o homem insistiu para que ficasse, arranjou lugar para deixar a moto dentro do pátio de entrada e ofereceu-me um quarto melhor de maneira que me convenceu. Arrependi-me. A casa de banho tinha uma fuga de água que a deixava alagada, a água quente não funcionava e, pior, tive que adormecer com o barulho de um ar condicionado vizinho a zumbir-me no ouvido. Um pesadelo, principalmente quando comparado com os dias que tinha acabado de passar na Barra.
Pela manhã parti para Aracaju e voltei a optar pela estrada secundária que segue junto à costa. Aqui ainda é mais espectacular, junto a mais de uma centena de quilómetros de praias de coqueiros totalmente selvagens, sem uma construção à vista de ambos os lados da estrada. Por aqui se vê o muito que este país ainda tem por explorar.
Já perto de Aracaju chega-se à pequena vila de Penedo onde uma balsa nos transporta para a outra margem do Rio S. Francisco. Como estivesse demorada na outra margem fiquei a almoçar numa esplanada junto ao cais e, quando dei por mim, a balsa já tinha chegado e partido de novo. Sem pressa bebi mais uma cerveja e segui na viagem seguinte.
Aracaju tem o que os locais chamam “a mais bonita orla costeira do Brasil”. É exagero mas é uma marginal de meia dúzia de quilómetros junto a uma praia com uns bons 300 metros de largura. Fiquei em casa de um simpático motociclista que mais uma vez me foi apresentado pelo Alencar. No dia seguinte fui para a praia, ler e dormir na areia, debaixo de um chapéu de Sol, como eu gosto, e tomei excelentes banhos de mar nesta água morna.
A greve dos camionistas estava no seu auge e, quando quis abastecer na manhã seguinte, depois de um excelente pequeno almoço num bar da marginal, de Açaí com banana, não havia gasolina nas bombas.
- Já só temos alcool
- Não, obrigado.
Tinha combustível para cerca de cem quilómetros e Salvador, para onde ía, ficava a 320, mas pus-me à estrada na esperança de encontrar  uma bomba aberta, embora rodando a pouco mais de 100 Km/h, para poupar.
A estrada junto ao litoral, mais uma vez através de muita vegetação sem qualquer construção, estava quase deserta mas não tinha alternativa pois a principal, segundo me tinham comunicado, estava bloqueada pelos grevistas.

50 Km depois, como que oásis em deserto, surgiu-me uma bomba de gasolina sem um único carro, a contrastar com as enormes filas que encontrara na cidade para abastecerem de … álcool. Atestei o depósito e segui para Sul.

2 comentários:

  1. Estes posts não são em directo... assim perde emoção.
    Boa viagem
    Ana

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  2. Não. É impossível. Às vezes não tenho internet. Agora andam atrasados só uns 15 dias. Não é mau.

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