22 de novembro de 2012

22 Novembro - Tehran 3

Ontem conheci uma miúda muito simpática, quando estava à procura de um  fotografo. Ela insistiu em acompanhar-me à loja e ficou à espera que eu tirasse a fotografia, para ver se tinha ficado tão giro como ao vivo.

A seguir parti para a embaixada da Índia e pediu-me o meu numero de telefone. Ligou mais tarde e combinámos que hoje me iria mostrar a cidade. Fui ter com ela ao local onde nos tínhamos encontrado no dia anterior, junto a uma estação de metro, e lá estava a miúda, impaciente. Levou-me até junto a um carro, mandou-me entrar para trás, sentou-se ao meu lado e apresentou-me a condutora …. a sua mãe. Não queria acreditar mas já não podia fugir. A mãe era uma mulher forte e grande que, se me desse uma lambada, virava-me ao contrário. Tinha o cabelo pintado de loiro e botox na boca. Assustadora.

Soube depois que o marido era militar e morreu na guerra, se calhar feita por ela.
Lá partimos os três, eu e a miúda sentados no banco de trás e a mãe ao volante, não para a programada visita à cidade, mas a caminho de um centro comercial onde a mãe pretendia fazer compras.

O centro comercial era daqueles que poderíamos ver num sítio como a Amadora, bastante pindérico, mas que a miúda me disse ser fantástico. Quando lá chegámos ficou muito espantada por eu não estar encantado com aquilo e não se cansava de me mostrar todas as “maravilhas” que lá havia como uns copos em vidro pintado e lojas iguais a todas as outras. A mãe, supostamente viciada em compras, enfiou-se numa sala de provas onde mal cabia a tentar enfiar uns jeans. De vez em quando chamava a filha para lhe perguntar se estavam bem e calculo que os conseguiu vestir porque acabou por comprá-los. De ali partimos para uma sapataria à procura de um par de sapatos que desse com os jeans. A filha continuava a dizer que a mãe passava a vida em compras. De vez em quando a mulher punha um comprimido ao buxo. A filha explicava que era por ter muito stress e eu só pedia que ela fosse tomando muitos daqueles comprimidos para não ter stress nenhum porque quando escolheu um par de sapatos “foleiro a olho” e me pediu a opinião eu disse que não gostava muito e aí deixou de ser simpática. Antes tinha-me convidado para um jantar de amigos onde haveria vinho e whisky. Eu perguntei à filha se ia e ela disse que claro, se eu ia ela também vinha. A mãe não gostou e passado pouco tempo o jantar já se tinha evaporado. Acabámos por almoçar à pressa e deixou-me num táxi.

Entretanto a filha tinha combinado irmos amanhã fazer ski, numa montanha aqui perto. Já me mandou mensagem para nos encontrarmos amanhã à mesma hora. Será que vou poder ir outra vez no banco de trás?

7 comentários:

  1. Chico, que maravilha essa viagem! Estás a pôr em prática aquela máxima " encha seus dias de vida e não sua vida de dias...", privilégio de poucos. Cheguei ao teu blog através da Barbara, no fb, e estou, aqui do Rio, aprendendo e me divertindo com as tuas peripécias!, é a globalização :-) que a viagem seja um sucesso até ao final!, a sorte protege os audazes! Bjs Isabel Canelhas

    ResponderEliminar
  2. Grande Isabel. Obrigada por aqui teres vindo. (Responder é rápido) não ligues q esta é para quem criou o blog, que aliás está lindo) . Beijinhos chico. Continua pela Índia ou pela China hás-de lá chegar.

    ResponderEliminar
  3. Cico
    cuidado com as miúdas no Irão....ainda por cima viúva
    Vê lá não te cortem a cabeça em praça publica

    ResponderEliminar
  4. Claro que vais no banco de trás, em grande estilo as usual. Beijinhos

    ResponderEliminar
  5. Engraçado como os conceitos mudam conforme as culturas; para ela “mostrar a cidade”, é uma ida ao shopping local, por ela considerado o melhor que a cidade tem a mostrar.
    Deve achar que ver “pedras velhas” não é interessante para um turista.
    A descrição do episódio está óptima, está-se mesmo a ver a mãe mulheraça, e a filha orgulhosa do seu turista!

    ResponderEliminar
  6. Isabel, saudades. Hei-de passar por ai mas so la para o final do ano que vem, se tudo correr como previsto. Senao, tera que ser 2014. Beijinhos

    ResponderEliminar
  7. Chico, quando é que vais bucar a moto ? Abraço. Luís.

    ResponderEliminar