24 de outubro de 2017

Popayan


De Cali fiz cerca de 140 Km até Popayan. É uma estrada sinuosa e com bastante transito de camiões, por ser a ligação de Medellin ao Ecuador. O Googel maps calcula assim quatro horas e meia para o percurso de autocarro e três para os carros. De moto despacho-me bastante melhor mas com várias paragens por obras na estrada acabei por levar mais de duas horas, felizmente com bom tempo.
Tinham-me recomendado que visitasse Popayan, uma cidade com o centro antigo de boas casas pintadas de branco, algumas hoje em dia transformadas em Hoteis. Foi uma cidade onde no início do século passado se instalou parte da classe rica Colombiana, pelo seu clima ameno durante todo o ano.
Quando cheguei comecei por visitar essa parte da velha cidade que não me deixou muito impressionado e depois, pelas três da tarde, fui almoçar a uma tasca de beira de estrada onde me pediram o equivalente a menos de dois euros por um bife com arroz, embora bera, e uma cerveja. Depois do almoço começou a pingar e tratei de procurar um Hotel onde ficar.
Pela Colômbia as pessoas são mais simpáticas que na América Central onde temos a sensação que a maior insegurança os torna mais tensos. Aqui parece que estão aliviados pelo fim da guerrilha e dos assassinatos pelos gangs de droga e de um modo geral estão sempre prontos a ajudar. Já várias pessoas me guiaram até aos locais quando lhes pergunto o caminho para uma certa morada. Aqui foi um homem numa scooter que me veio indicar um Hotel e esperou à porta até se certificar que aquele me servia, disposto a acompanhar-me na procura de outro. Fiquei por aquele que não era grande coisa mas tinha garagem para a moto.
Pedi ao rapaz da recepção que me procurasse na Internet uma miúda gira para me fazer companhia e passada uma hora bateu-me à porta do quarto esta rapariga linda, com um ar meigo e de bem comportada que me deixou o sangue a ferver nas veias quando a vi. A voz era suave e calma. Fiquei apaixonado e pedi que voltasse na manhã seguinte mas tinha aulas na Universidade. Estudava  no segundo ano de Comunicação Social e sonhava ser apresentadora de televisão.
Deixei Popayan pelas dez e meia da manhã, o que para mim é cedo pois tinha uma etapa longa pela frente até Ipiales, junto à fronteira com o Equador. Mais uma vez o tempo manteve-se seco e pude distrair-me a acelerar pelas sensacionais estradas de montanha a tentar esquecer aquele borrachinho da noite anterior. Mas a temperatura durante o dia variou entre 18º nas partes mais altas de montanha e 38º nas planícies entre serras.
Pelo caminho encontrei um viajante Equatoriano numa Honda 250 monocilindrica e fiz-lhe sinal para parar. Morava junto à costa no Equador e tinha ido até Cartagena. Estivemos uns vinte minutos à conversa e sugeriu-me inscrever-me num grupo de motociclistas da America do Sul que se ajudam uns aos outros e oferecem estadia em suas casas. Ele próprio convidou-me para ficar em sua casa quando passasse em Puerto Lopez.

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