5 de maio de 2018

Pantanal

Em Mendonça instalei-me num pequeno Hotel onde me recomendaram visitar a fazenda S. Francisco que, em pleno Pantanal nasceu com 200.000 hectares e ainda tem 15.000, um tamanho difícil de imaginar para quem está habituado às areas das quintas europeias.
Acordei às seis e meia da manhã e, pelas sete e um quarto estava a sair na moto a caminho da fazenda, a 30 Km da cidade.
Passado o portão de entrada percorri 7 Km numa estrada de terra até à casa principal. Chegaram outros clientes e pelas oito e meia partimos num camião aberto, com bancos corridos, fazer um safari através da enorme propriedade. 
O Pantanal é das maiores reservas naturais de vida selvagem no mundo e neste passeio vimos desde veados a crocodilos, passando por inúmeras espécies de pássaros de largo porte ou animais mais estranhos como “Papa Formigas”, com o seu enorme focinho aspirador ou o “Porco do Mato”, uma espécie de ratos de pântanos que chegam a pesar 60 Kg e conseguem submergir por períodos de três minutos.
De regresso à casa da fazenda almoçamos optima carne das rezes locais e da parte da tarde demos um passeio de barco num dos rios que a atravessam. O Pantanal é uma espécie de prato de sopa gigante, alimentado por mais de uma centena de rios que na época das chuvas o tornam um enorme pântano. 
Pescámos Piranhas que demos de comer aos crocodilos, presas na ponta de um pau que o nosso guia estendia borda fora, para os fazer aproximar do barco e saltarem fora de água,.
Pelas cinco da tarde regressei ao Hotel de Mendonça e no dia seguinte parti a caminho do Norte. Tinha ideia de seguir por uma estreita estrada por dentro do Pantanal mas quando lá cheguei constatei que era de terra e disseram-me que muito enlameada em algumas zonas, de maneira que voltei à estrada principal que passa pela cidade de Campo Grande.
Sendo uma cidade já com uma certa dimensão fui directo ao agente local da Apple verificar se me conseguiam reparar o computador mas como me dessem um prazo de três dias só para obterem um orçamento liguei para o de Cuiabá, que se prontificou a tentar repará-lo logo que lá chegasse.
Fiz-me à estrada debaixo de chuva que aqui, de certo modo, é bem vinda pois as temperaturas que rondam os 35º em tempo seco baixam para cerca de 28º quando chove.
Fiquei a dormir na cidade de São Gabriel do Oeste, deixando uma longa etapa de quase 600 Km para o dia seguinte.
Saí pelas nove e meia da manhã, só parei para um longo almoço e atestar de  gasolina e, às quatro da tarde estava à porta do agente da Apple. Abriu logo o computador, constatou que tinha entrado água quando, uns dias antes, me esqueci de fechar bem a garrafa que a entornou, e pediu-me que o deixasse por lá para no dia seguinte o tentarem limpar e ver se o conseguiam por a funcionar.

Marquei um Hotel pelo Booking que não parecia mau mas, quando lá cheguei, constatei que era num sítio sinistro. Ao sair para jantar um cliente com ar entendido disse-me que seria mais seguro deixar a moto no Hotel e sugeriu acompanhar-me a pé até ao restaurante mais perto, uns 300 metros de ali. Regressei sozinho e passou-se tudo bem.



3 comentários:

  1. Seguindo... cuidado por esses sítios.
    E insectos há?
    Ana

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    1. Sim, e acham a minha carne muito apetitosa. Vou pondo repelente mas não resistem à tentação.

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  2. Que maravilhosas paisagens e animais selvagens.Acabei de vir do facebook da tua página onde publicaste os filmes da tua epopeia no "lamaçal" contigo completamente esgotado. Ver te aqui tão sereno e sorridente até parece mentira...Grande aventura!! Abraço.

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