As pirâmides são de facto imponentes e representam a principal atração
turística da Cidade do México. Uma amiga, fascinada pela civilização Maya,
tinha-me pedido se dava um beijo numa por ela. E lá me pus a jeito, no primeiro
patamar da Pirâmide do Sol. Pedi a um rapaz que me tirasse a fotografia
enquanto vários turistas olhavam espantados, certamente a pensar que
significado teria aquela atitude. Não dei explicações a ninguém, deixando-os
curiosos.
A cidade era enorme para a época pois calculam que há dois mil anos ali
viveram entre quarenta a sessenta mil pessoas e quinhentos anos depois a
população terá chegado a perto de duzentos mil. Devo ter percorrido uns bons
oito quilómetros na caminhada até à Pirâmide da Lua e regresso, através de enormes
praças. Acabei por almoçar no
Restaurante da entrada, pelas três e meia da tarde.
No caminho de regresso das Pirâmides enganei-me no trajecto e atravessei
uma via rápida que passa junto a uma enorme favela. O curioso das favelas
mexicanas é que eles pintam muitas das casas em cores vivas, do género
“shocking pink” ou cor de laranja vivo, o que dá uma alegria à paisagem pouco
condizente com a vida de quem lá habita.
No dia seguinte fui visitar o bairro Zócalo. É aqui que fica o Palácio
Nacional, mandado construir pelo conquistador espanhol e Vice Rei Cortés, para
sua segunda residência. Depois da independência chegou a ser residência do
Presidente mas hoje é só utilizado em actos protocolares, para além de exibir
um museu sobre a revolução que levou à independência do país. Na mesma praça
existe a maior e mais impressionante catedral católica do continente americano.
Fascinou-me o tamanho do órgão.
Na parte de trás ainda visitei um museu que foi montado a partir de peças
com milhares de anos encontradas em escavações locais e que mostram
principalmente os muitos sacrifícios humanos que se faziam na época, com
ofertas de pessoas aos Deuses e auto flagelação. Enfim, um pesadelo.
Por fim ainda subi a uma das maiores torres da cidade para observar de cima
uma capital que acaba por ter poucos prédios de grandes dimensões face à
população que lá vive e trabalha.
A paisagem aqui lembrava muito Portugal, primeiro tipicamente Alentejana,
com pouca densidade de árvores, e depois através de uma serra que atravessava
um pinhal. Parei para almoçar numa tasca de beira da estrada um atum com feijão
e arroz muito picante, como é costume por estes lados e, pelas quatro e meia da
tarde cheguei à pequena cidade de Morelia. No primeiro Hotel em que entrei tinham
os preços marcados para duas e seis horas. Perguntei se podia passar a noite
mas disseram-me que teria que sair antes do fim do turno, às cinco da manhã.
Acabei por encontrar outro do género, em que se entra com o carro ou neste caso
a moto, para uma garagem privada e o quarto fica por cima. Mas estes previam a
hipótese de se ficar até de manhã, por pouco mais de vinte euros.
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