24 de dezembro de 2012


Mumbai – 2

Desde que aqui cheguei a temperatura ronda os 28º, 30º, noite e dia. Um amigo meu diria que é clima de pobre. Eu sinto-me como peixe na água. E como Mumbai ainda fica a Norte do Equador isto é o inverno deles, mas é a altura ideal para se andar por aqui. Têm depois o verão entre Março e Maio em que dizem se torna insuportável, com o calor e a humidade a deixarem-nos a roupa colada ao corpo e de Junho a Setembro é a época das monções, em que não para de chover.

Ontem, visitei uma das muitas galerias de arte existentes nesta zona de Mumbai e o Museu “Chhatrapati Shivaji Maharaj Vastu Sangrahalaya”. Não, não decorei este nome. Os ingleses, que o construiram chamavam-lhe simplesmente “Prince of Wales Museum of Western India”. Ali está exposta arte Indiana através dos séculos, muitas das peças oferecidas por Jamsetji Tata, um industrial indiano de sucesso dos inícios do século XX que morreu com 47 anos. Ratan Tata, o descendente que agora controla as dezenas de empresas do grupo, é um dos homens mais ricos do mundo. O grupo Tata é um potentado na industria do aço, construção de automóveis e camiões, Telecomunicações e, entre muitas outras coisas, proprietário da Tetley tea e da Jaguar e Land Rover.

Da parte da tarde apanhei um barco no “Gate of India”, um imponente arco junto ao cais, que os inglese construíram para receberem o rei “George V”, o único monarca Inglês que visitou a India. Uma hora depois estava na Elephanta Island cujo nome se deve aos portugueses, quando aqui andaram nos séculos XVI e XVII.
Tiveram uma cena que podia ter sido hoje. Deram o nome à ilha quando por lá  encontraram uma enorme estátua de um elefante, que se calcula fosse contemporânea das que estão nas famosas caves da ilha, de entre os séculos VI a VIII d.c. e que representam maioritariamente a deusa Hindu Shiva.
Os portugueses decidiram trazer a estátua do elefante para Portugal só que, quando estavam a carregá-la para a Nau, as correntes eram fracas e a estátua foi parar ao fundo do mar. Está-se mesmo a ver a cena:
- “Ó Zé, faz mais força desse lado. Dá-me uma chicotadas nesses escravos que não estão a fazer força nenhuma. Puxem mais, vai. Ai, Ai, Ai, Fo....” Pumba. Estátua no fundo do mar.
- “Pôrra, pá, eu não te disse que essa correntes estavam podres? Enforca-me aí meia dúzia de gajos para eu arranjar uma desculpa para dar ao D. Manuel”.
E por lá ficou a estátua até que os ingleses a “pescaram” e colocaram, aqui em Mumbai, no “Victoria and Albert Museu”.
Ao fim do dia ainda passei na “National Gallery of Modern Art” onde está patente uma exposição com as obras do pintor e escultor indiano Ramkinkar Baij.
Como curiosidade refira-se que nesta “National Gallery” deixam miúdos, de várias idades, ficarem a pintar no chão junto às peças do mestre, o que não só dá um ambiente muito giro e animado à exposição como certamente ajuda os futuros artistas a ganharem inspiração naquele espaço onde se respira arte.

3 comentários:

  1. E a Honda? Onde anda a Honda? Bjs, Ana

    ResponderEliminar
  2. A Honda espero conseguir levantá-la amanhã no porto de Mumbai, para seguir para Goa.

    ResponderEliminar
  3. Ah bom, espero ansiosa o resto da aventura... cá vou lendo e ainda bem que está tudo a correr bem Francisco.
    Bjs Ana

    ResponderEliminar