18 de outubro de 2016

Los Angeles







De San José parti de manhã pela fabulosa Estrada nacional nº 1 rumo ao Sul. Tem só uma faixa para cada lado e serpenteia, junto ao mar, com falésias e praias fantásticas pelo caminho e muito pouca construção. Por existir uma autoestrada mais para o interior, com o mesmo trajeto, tem pouco movimento, a maioria sendo de turistas que alugam Ford Mustang descapotáveis e fazem aquele passeio, já típico, que atravessa a região de Big Sur.
Instalei-me num Hotel em San Luis Obispo. Mais a sul a estrada passa um pouco para o interior, junto a grandes plantações de vinha, alfaces, etc.
Voltei a apanhar a costa perto de Santa Barbara até Los Angeles. A meio caminho parei no imprescindível Neptune’s Net café que, sendo Domingo, estava preenchido com carros e motos espampanantes. Harleys, principalmente e Hotrods a lembrar os dos anos 70.
A Estrada segue por Malibu, uma zona de boas casas junto ao mar. Mais à frente Santa Mónica. Pelo caminho uma praia com uma enorme fila de grandes motorhomes que ali param para passar o fim de semana, a maneira americana de acampar.
Finalmente, já em Los Angeles, a famosa praia de Venice, com o seu imprescindível skate park, ginásio ao ar livre e vários campos de Paddle tenis, como chamam os Americanos a uma espécie de mini tenis jogado em pequenos courts de piso rápido com bolas de tenis e raquetes de paddle.
Fiquei num Hotel em Hollywood e passeei por Hollywood Boulevard onde está o passeio das estrelas, uma foleirada cheia de turistas, principalmente sul americanos e asiáticos.
No dia seguinte visitei a famosa Amoeba, a mais conhecia loja de discos de LA, com muitos milhare de CD’s e LP’s à venda. Vai fechar no ano que vem, para dar lugar a um prédio, que já não há quem compre discos e CD’s em quantidade que justifique.
Em Beverly Hills parei junto a um especialista de Rolls clássicos. Uma pequena oficina com velhos de mais de sessenta anos a trabalharem, tanto na mecânica como na chapa. São quem ainda sabe mexer nestes carros. No stand, entre dois Bentley Azure descapotáveis, estava o Rolls Royce mais bonito que alguma vez vi. Era um Silver Cloud descapotável de 62, o meu modelo preferido, mas tinha um pormenor único. Os faróis, de grandes dimensões, eram separados da carroçaria, à boa maneira dos anos 30. Tinha sido feito, na época, por encomenda e era modelo único. Absolutamente fenomenal. Os dois Azure estavam marcados a 50 e 55.000 dólares. Por este Silver Cloud pediam 550.000. Que pena não os ter ao canto de uma gaveta.
Fiquei em Los Angeles dois dias e segui depois para sul até San Diego, junto à fronteira com o México. É uma cidade mais arejada, também na costa. O dia pôs-se cinzento mas por aqui praticamente não chove. Por esse motivo em toda a Califórnia vemos indicações para se poupar água, os duches nos hotéis têm pouca pressão e recomendam que não reguem a relva, deixando-a muitas vezes morrer. Em Los Angeles quase só as casas mais caras, de Beverly Hills, e junto ao observatório planetário conservam relvados impecáveis.
Em San Diego instalei-me num animado Hostal, com as paredes exteriores multicolores com pinturas de sereias e flores e um emblema da paz ao meio em grande.
Aqui, junto a uma das praias mais concorridas da zona, hippies de ar  decrépito vagueiam pelas ruas. Vêm-se velhos de 70 anos a fazer surf e, no passeio junto à praia, a andarem de skateboard. Uma mulher, já com idade para ter juízo, dança freneticamente no terraço de casa sobre a praia. Temos a sensação que os hippies do final dos anos sessenta continuam aqui a fazer a mesma vida só que com mais meio século em cima dos ombros. A droga parece mantê-los de espírito jovem, mesmo se os corpos evidenciam desgaste. Vêm-se VW carochas com as traseiras cortadas a falharem e outros com o tejadilho rebaixado. Outros deslocam-se em velhas carrinhas pick-up americanas apodrecidas pelo ar do mar que não passariam numa inspeção nem na India.
Aqui no hostal está uma velha com mais de setenta anos com o cabelo branco, comprido até ao rabo, que fuma meio maço de tabaco ao pequeno almoço e depois sai para a praia de prancha debaixo do braço.

4 comentários:

  1. Muito Bom Xico, parece que estou a fazer esse caminho outra vez. Boa continuação e grande abraço

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  2. Ora bem, cá estou eu! Como não me avisa que volta à Viagem, só muito tarde descubro. Aí ai.
    Hoje li o Japão, gostei muito, e estes posts dos EUA. Agora não perco.
    Boa viagem e que esse "cavalo" não dê trabalho.
    Bjs
    Ana

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    1. Ah. Já estava amuado por não ter os seus comentários. Porque é que voçê, que é uma rapariga moderna e agora tem tempo para se entreter com isso, não tem uma página de "facebook". É bem divertido e sempre vamos tendo mais oportunidades para dizer uns disparates. Beijiiiiinhos

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  3. Tem razão mas, como vê e com atraso é certo, cá estou eu!
    Boa viagem.

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