Continuei a rodar
para Sul, sempre perto das margens do Mekong. A estrada nº 13, que sai da
capital a caminho do Cambodja tem bom piso e são quase tudo grandes rectas.
Para variar deixei-a por duas vezes e percorri troços de cerca de cem
quilómetros por estradas secundarias que passavam mais perto do rio.
Parei na cidade
de Paksé, num excelente Hotel de 4 estrelas onde a diária foram 20 dólares. No
dia seguinte parti primeiro visitar umas quedas de água e da parte da tarde as espetaculares
ruinas Wat Phu do que foi um imponente
templo Khmer do século XII, hoje classificadas como património da humanidade
pela Unesco.
Quando ali
chegava parei junto de duas turistas que vinham de bicicleta desde a “Guest
House” em que se tinham instalado, a meia dúzia de quilómetros, para lhes perguntar
o caminho e acabámos por passar três dias juntos, primeiro nesta visita às
ruinas e depois numa ilha onde combinámos encontrar-nos.
Elas partiram de
manhã num autocarro e eu deixei o Hotel pelas onze da manhã. Como agora estava
do lado ocidental do Mekong e a passagem para a outra margem por uma ponte
obrigava-me a percorrer mais cem quilómetros, segui a sugestão da dona do Hotel
e apanhei o que ela chamava um “ferry” que transportaria a moto. Não eram mais
que duas barcaças, presas uma à outra através de um estrado em madeiras, que
dobravam sob o peso da moto. Enquanto atravessava o rio, num trajeto de cinco
minutos, pensei no que aconteceria se as tábuas se partissem. Acabaríamos eu e
a “Cross Tourer” afogados pois com o fato da moto e botas seria impensável
conseguir nadar e colete ou boia naquelas embarcações é coisa que nem sabem o
que é.
Na outra margem
rodei mais cerca de 120 Km para Sul onde apanhei novo “ferry” do mesmo estilo
para uma das famosas “4.000 islands” que se formaram naquela parte do Rio
Mekong junto à fronteira do Laos com o Cambodja.
São um salpicar
de ilhas, muitas delas inabitadas, que formam uma paisagem deslumbrante. Os
empreendimentos que a população construiu para albergar os turistas são
rústicos, quase todos em madeira, com telhados de colmo ou zinco. Tudo aquilo
tem um ar muito Hippie e um ambiente de total relax.
Fui para a ilha
de Don Det onde as minhas amigas se tinham instalado nessa manhã.
O desembarque é
feito na praia de maneira que foi um festival para subir com a moto pela areia
seca. Ao princípio ganhei balanço e ainda fui avançando mas às tantas enterrou-se
e só com a ajuda de turistas que estavam na praia ou no bar e umas tábuas que
pusemos por baixo, consegui trazer a moto para cima. A ilha de Don Det tem uns
quatro quilómetros de diâmetro e está ligada por uma ponte à de Don Khon que
tem mais sete ou oito.
Almocei logo ali
num bar junto à praia e da parte da tarde encontrei-me com as minhas amigas
noutro bar. Jantámos sobre o rio e à noite fomos a uma sensacional festa na
praia, com música dos anos 70, onde dançamos à volta de uma fogueira.
No dia seguinte
partimos os três na moto para a outra ilha e passamos o dia numa pequena praia
junto ao que dizem serem as maiores cascatas da Ásia, que se formaram quando um
braço do rio entrou ilha dentro. A altura a que cai a água não é muito elevada
mas estendem-se por um grande espaço com diferentes quedas de água. Jantámos
com mais duas amigas que conhecemos nesse dia e despedimo-nos. No dia seguinte
elas ficavam pela zona e eu seguia para o Cambodja.
"os meninos à volta da fogueira........."
ResponderEliminarGrandes dois dias de forrobodó.........estilo hippie, como disseste.
Tudo descascado a tomar banho naquelas águas transparentes....ou não, interessa lá.......e "falaste" com elas; aqui foi só pagar bebidas e já está.
que canseira tanta miúda e tanta logística.
ResponderEliminarBj, Ana
Ha, ha. Quem corre por gosto não cansa, Ana
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