1 de novembro de 2017

Puerto Lopez


Depois daquele excelente almoço junto às cascatas continuei a caminho da costa do Pacífico. Naquele dia a temperatura ao longo do dia variou entre os 32º ao nível do mar e os 10º que apanhei no alto da montanha, a perto de 3000 metros quando até o aquecimento dos punhos liguei.
Acabei por ficar numa cidade já a baixa altitude. Quevedo é uma destas cidades de província no meio do nada, onde não há turistas. Gosto de ficar nestes sítios e observar a vida da cidade. Tinha muito movimento nesta rua principal onde fiquei. Jantei numa destas tascas de rua em que montam um fogão no passeio com uns panelões ao lume e um colorido mas desbotado chapéu  de sol por cima. Junto têm normalmente uma única mesa onde se sentam os clientes que chegam. Desta vez jantei com um miúdo de 25 anos que estava com uma filha de seis.
- E a mãe da miúda?, perguntei.
- Está com o novo pai da minha filha.
Na manhã seguinte, quando saí do Hotel, a rua parecia uma feira. A Farmácia ao lado tinha contratado duas miúdas gordas que, com um microfone na rua, se revezavam a berrar para tentarem atrair pessoas não para um concerto de música ou mesmo um Restaurante mas... uma Farmácia.
-“VENHA VISITAR ESTA FANTÁSTICA FARMÁCIA E GANHE UM PRESENTE SE AS SUAS COMPRAS ULTRAPASSAREM (em remédios, suponho) OS 5 DÓLARES”.
Segui nesse dia até à costa
Esta costa do Equador tem excelentes praias, algumas com boas ondas para surf, mas não está explorada turisticamente. As vilas junto à costa têm o mesmo mau aspecto de todas as outras e os hotéis são de fraca qualidade. Rodei numa estrada junto ao mar até que, numa localidade chamada San José, comecei a ver excelentes casas umas a seguir às outras numa extensão de cerca de um quilómetro.
Davam todas para uma praia que se estendia ao longo de vários quilómetros mas, talvez por o tempo estar enublado, estava praticamente vazia. Saí da estrada e fui até à praia. Havia uma rampa que descia para o areal e decidi dar uma volta pela praia de moto, que me dá sempre imenso gozo. Junto ao mar a areia estava dura e permitiu-me acelerar até 100 Km/h ao longo da praia. Espectacular.
Pelas cinco da tarde cheguei à vila de Puerto Lopez onde me instalei. Com a moto já guardada na garagem saí a pé para jantar por ruas quase desertas. Encontrei um restaurante onde comi mal, como habitualmente, mas paguei três dólares.


3 comentários:

  1. Grande dieta!
    Bjs, Ana

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  2. Francisco,

    A partir de quantos dias ssem notícias suas é que nos devemos começar a precocupar?

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    1. Obrigado por se preocupar, Diogo. Estive uns dias sem computador. Já vou colocar outra crónica. Abraço

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