6 de novembro de 2017

Guayaquil


Depois de percorrer a costa a minha ideia era passar por Guayaquil, a maior cidade do Equador, sem parar e ir direito a um lugar na montanha que várias pessoas me tinham recomendado, Baños.
Mas, na manhã em que deixei a costa o meu computador bloqueou e o único local onde o poderia reparar antes de chegar a Lima seria precisamente em Guayaquil. Assim, decidi ir até à cidade direito a uma loja de assistência Mac. De lá mandaram-me a outro lugar perto onde deixei o computador a arranjar. Sé me o entregariam no dia seguinte de maneira que almocei num restaurante do outro lado da rua e de lá, pela internet, marquei um Hotel. Tinha ideia de aproveitar a pausa para tentar reparar mais uma vez uma fuga de gasolina que tinha na moto e que não tinha conseguido resolver em Bogotá, nem em Ibarra. Ao chegar ao Hotel vi uma oficina de automóveis com ar manhoso que anunciava serem especialistas BMW e perguntei se podia lá trabalhar na moto. O dono disse que sim mas que fechavam às cinco. Como já eram três e meia preferi não arriscar e deixei o arranjo para a manhã seguinte. Aproveitei assim a tarde para dar uma volta pela cidade e fiquei impressionado. Não sendo a capital Guayaquil é um porto do Pacífico e a maior e mais populosa cidade do país. Para espanto meu, está muito bem arranjada, com canteiros de flores nos passeios centrais, bons prédios e comércio com bom aspecto. Parece uma cidade europeia, no centro e arredores. Fui dar uma volta até um pontão onde têm uma roda gigante, um jardim, vários restaurantes bem arranjados e uma imponente estátua de Simon Bolivar, o militar Venezuelano responsável pela independência não só do Equador como da “sua” Venezuela e da Colômbia.
Acabei por jantar já perto do Hotel em mais um restaurante de rua, acompanhado de muitos estudantes, acabados de sair de uma Universidade ali existente.
No dia seguinte fui às nove da manhã desmontar a moto para a tal garagem. A massa que tinha posto na junta do depósito, supostamente resistente à gasolina, tinha-se desfeito com o combustível. Desta vez segui o conselho do dono da garagem e levei o depósito a uma oficina de motos perto para ouvir uma opinião diferente sobre como resolver o assunto. O mecânico das motos sugeriu colocar uma cola resistente à gasolina e deixei lá o depósito para que o fizesse e substituísse o filtro de gasolina que a Cross Tourer tem dentro do depósito e que, após 100.000 Km a beber todo o tipo de gasolinas, estava muito sujo. Regressei à oficina onde tinha a moto tratar de outro assunto que tinha ficado mal resolvido do parafuso de suporte do apoio da mala esquerda, almocei no Hotel e da parte da tarde regressei buscar o depósito de gasolina e montei-o na moto. Pelas três da tarde estava despachado. Fui tomar um duche e parti buscar o computador. Felizmente tinham conseguido mudar o programa por um mais recente sem me perderem os textos e fotografias que lá tinha.
Estava pronto para partir para Baños.

2 comentários:

  1. A moto com 100.000 km e para quem acompanha aqui no blog essa bela aventura, uns milhões de palavras lidas. Continuação de boa viagem.

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  2. 100.000 kms sem mudar o filtro de combustível e a beber tantas gasolinas manhosas! Muito bom!

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