Só saí de Baños à uma da tarde porque estive de manhã a tentar resolver um
problema que tinha com o meu servidor de correio.
Segui em direção à fronteira com o Peru através das boas estradas de
montanha do Ecuador. O país tem estradas muito melhores que a dos vizinhos
Colômbia e Peru mas há quinze dias foi preso o vice presidente porque se
descobriu que recebia luvas da Brasileira Oderbrecht para lhes dar os contratos
de construção das estradas, e não só. Dizem que os preços eram muito
inflacionados e que o país ficou muito endividado com a operação. Onde é que eu
já vi isto?
Pelas cinco e meia da tarde encontrei um Hotel que tinha sido construído
recentemente numa pequena vila de província, Cumandá.
Pedi à encarregada se me arranjava uma sopa para jantar e ele fez-me uma de
legumes que não estava má.
Umas centenas de quilómetros antes de chegarmos à fronteira com o Peru
começamos a atravessar uma enorme planície com plantações de bananas umas a
seguir às outras, com quilómetros e quilómetros de extensão. Impressionante.
Fiquei a perceber porque os Equatorianos e os Colombianos acrescentam banana
frita a qualquer prato que cozinhem.
A passagem na Fronteira foi demorada. Estava uma enorme fila para carimbar
o Passaporte e decidi ir almoçar para ver se diminuía. De facto depois do
almoço estava mais curta mas ainda lá passei uma boa hora, com mais um quarto
de hora para tratar dos papéis da moto e seguro.
Quando entrei no Peru já eram quatro da tarde mas decidi ir até a uma praia
que a minha filha, que aqui viveu, me tinha recomendado, Mancorá.
No Peru os políticos não devem ter feito negocio com os homens da Oderbrecht
porque as estradas, pelo menos no Norte do país, estão em mau estado, com
buracos grandes que surgem inesperadamente nesta Pan Americana, que atravessa o
país de Norte a Sul e tem bastante movimento de camiões. Nem sequer se vê
ninguém a repara-los.
Mancora é uma pequena cidade de praia, com bastante turismo. Instalei-me
num Hotel perto da praia e jantei a melhor Lasanha de Camarão que alguma vez
comi, num restaurante da cidade onde entrei pela decoração e por terem um sinal
à porta a anunciar um forno de lenha.
O dia seguinte nasceu de sol e decidi ficar por ali. Passei o dia na praia,
a ler e a dormir entre optimos banhos de mar. Almocei por lá, no restaurante de
um hotel no areal.
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