
Quando cheguei
não queria acreditar que aquilo era o suposto restaurante do parque . Uma velha
de aspecto sujo alimentava dois ou três cães com arroz em tijelas idênticas à
com que me apresentou o jantar uns minutos depois. O local parecia imundo e
perto do que servia de cozinha a senhora tinha um pequeno esquilo como animal
de estimação, com uma das pernas presa por um cordel.
Para minha surpresa
pôs-me à frente um menu com uma boa dezena de alternativas mas, como sempre,
acabei por escolher o que me parece ter menos hipótese de intoxicação: arroz
frito com galinha. Neste casos o que normalmente fazem é cozinharem a galinha
no Wok e juntarem-lhe no final da fritura o arroz já cozido, muitas vezes com
ovo mexido à mistura. Aquela mistela atinge uma
temperatura que em princípio acaba com os micróbios. Comigo tem corrido
bem.
Acompanhei o
prato com uma cerveja de meio litro o que nestes casos de tascas manhosas representa
normalmente uma conta final a rondar os 100 Baht, o equivalente a 2,5 euros.
Dormi mal, com
uma barulheira infernal feita pelos sapos aos berros no mato junto ao bungalow
que, no meio do sono, confundi com o que me parecia ser uma máquina de lavar
roupa a trabalhar. “Quem é que se lembrará de ir lavar roupa aqui a esta hora”?
Só quando despertei mais um pouco constatei que era a berraria dos sapos que
tinha presenciado no regresso do jantar. Mais tarde, com a luz do dia, não
faziam pio.
Arranquei pelas
dez da manhã e fiz uns bons 200 Km sem chuva pela única estrada que desce por
aquela faixa do país com poucos quilómetros de largura, rumo às ilhas do sul e
mais abaixo, à Malásia.

Pouco depois de
entrar nesta estreita estrada que me levava agora numa direção SW, começou a
chover forte e abrandei muito o ritmo não só porque o piso estava muito
escorregadio devido às seivas das árvores na estrada trazidas pela chuva como
pelo facto de ser praticamente deserta e quase quatro da tarde o que
significava que, se caísse ali, provavelmente só tinha quem me ajudasse no dia
seguinte.
Pelas cinco da
tarde cheguei à cidade de Ranong, que um
alemão que conheci em Bangkok me tinha recomendado visitar mas de que não
encontrei qualquer encanto para além do bom Hotel onde me instalei.
Lembrete: levar sempre tampões para os ouvidos nas viagens. Boa estrada!
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