Hoje, acordei já
perto das dez, tomei o pequeno almoço num restaurante a 300 metros de casa e,
antes de deixar Phuket, ainda me fui despedir da menina, tão querida, com quem
tinha estado ontem à noite.
Na noite passada
ainda tive um episódio caricato quando, na rua dos bares, decidi tirar uma
fotografia a dois travestis espampanantes, de plumas e saltos altos. Uma delas
pediu-me para lhe dar 100 Bahts e ficou furiosa por eu recusar, deixando de
fazer a pose. Quando estavam distraídas com outros turistas tirei a fotografia
mas ela, ao ver, veio ter comigo e espetou-me as unhas na mão. Não lhe dei uma
lambada porque tinha o dobro do meu tamanho e, no fundo, não saberia bem se
estaria a bater num homem ou numa mulher.
Ao arrancar segui
um trajeto indicado pelo meu amigo Ernest em que passei numa estrada de
montanha linda, pelo meio das altíssimas rochas cobertas de vegetação que há
nesta região e que formam uma paisagem exuberante.
Pelas quatro da
tarde cheguei a Krabi, local onde tinha previsto ficar. Como a praia estava
quase deserta e a areia dura, da maré vazante, desci a moto até ao areal e
acelerei à beira mar pela magnífica praia.
Parei depois para
almoçar, numa esplanada sobre o mar, o que me pareceu ser um choco gigante.
Tinha um aspecto fantástico em cru mas ficou muito duro depois de assado nas
brasas.
Tratei de procurar
onde ficar e acabei por voltar a instalar-me num “bungalow” de um parque
natural aqui junto à praia. A menina da recepção indicou-me que a “password”
para o “wifi” era Phi Phi e perguntei-lhe se havia aqui maneira de chegar à
ilha. Disse-me que o porto de onde saía um barco todas as manhãs para a
paradisíaca ilha era mesmo ali, nas traseiras da recepção, de maneira que
tratei logo de comprar um bilhete para o barco do dia seguinte.
Pelas seis da
tarde, com o sol a pôr-se mas uma temperatura de mais de 30º ainda fui dar um
mergulho. A maré estava muito vazia de maneira que andei pela praia de areia
muito fina, quase terra, uns bons 200 metros antes de entrar na água e depois
outros tantos, com água pelo joelho, até ter profundidade suficiente para poder
tomar banho. Olhei para o lado e estava mais afastado da costa que duas ilhas
dos seus 2 e 5 hectares que tinham quase deixado de ser ilhas, de tal forma
baixou a mare. Uma visão deslumbrante com a água, onde apenas quatro ou cinco
crianças brincavam, quase à temperatura ambiente.
Jantei por ali e
deitei-me cedo.
A viagem de barco
até à ilha Phi Phi, que demora cerca de hora e meia, é espetacular. Passamos
por entre muitas pequenas ilhas desabitadas e, pelo caminho, o barco chega mais
perto da costa noutro local, para embarcar mais pessoas que fazem o transbordo
de pequenas canoas motorizadas, das muitas que têm aqui como motores de carro a
diesel, instalados na traseira, que fazem a refrigeração através de um sistema
com tubos onde circula água doce que mergulham na água do mar na parte de trás
do barco. A saída da cambota liga diretamente a um longo veio, dos seus três ou
quatro metros de comprimento, na ponta do qual está a hélice. O sistema não
prevê marcha atrás e o ponto morto faz-se com o piloto a inclinar o conjunto
motor/ventoinha para a frente, tirando-a fora de água. Engenhoso e eficiente.
A mulher da
recepção em Krabi tinha-me dito que não teria problemas em encontrar onde ficar
na ilha Phi Phi e, de facto, mal desembarcamos somos invadidos com propostas
que variam entre pensões de 12 euros por noite a fabulosos hotéis, com
“bungalows” em cima de praias desertas por 150 euros.
Fiquei-me por uma
de 25 euros, bera mas junto a uma praia onde os bares com música “chill out”
durante o dia e cadeiras onde ficar a ler e torrar ao sol se transformavam à
noite em locais de festa e animação.
Ali não circulam
veículos motorizados, à exceção de duas ou três “scooters” da polícia, de maneira
que andamos do porto para os hotéis a pé, acompanhados de miúdos que, nuns
carrinhos de mão, transportam as malas. Para alguns locais da ilha só se vai de
barco.
Instalei-me na
praia a tomar banhos sem fim naquelas águas paradas e quentes e almocei por
ali. Adormeci depois ao sol e apanhei um escaldão na cara e careca como não me
lembrava de alguma vez ter apanhado.
À noite, quando
regressava do jantar, vinha a caminhar junto a um estrangeiro dos seus 40 anos quando as meninas de uma das casas de massagens
nos chamaram. “É para si” disse-me ele. “Não. Pareceu-me ser para si”.
Conversa puxa
conversa decidimos ir beber uma cerveja a um dos bares da praia. O Jeremy tem
um trabalho curioso: Especializou-se nos Estados Unidos em “half pipes” e
constrói-os contratado pelas estâncias de esqui. Esteve em trabalho na
Austrália, onde eu não fazia ideia que existiam pistas de esqui, e ali passava
férias antes de partir para um novo contrato na Suiça, onde passaria o inverno.
Que boa onda que praí vai!
ResponderEliminarAqui também está calor (30 graus), parece Verão. Vai parecer estranho mudar a hora este fim de semana com estas temperaturas.
Continuação de boa viagem.
Bjs
Ana