Depois do dia
passado de volta do vulcão, com todas as peripécias para lá chegar, fiquei numa
pequena cidade de província, no que parecia ser o único hotel na vizinhança. A
menina da recepção ficou radiante por ver chegar um cliente e quando voltei
para lhe pedir uma toalha e um sabonete desfez-se em desculpas dando mesmo a
sensação que não tinham um cliente faz tempo. Perguntei-lhe se tinham
restaurante e voltou a rir-se muito para me dizer que não.
Onde posso
encontrar um restaurante para jantar?
Não há
Não há um
restaurante na cidade?
Não.
Recorri à
internet.
No “Booking”
anunciavam um único restaurante em Lumajang e sugeriam que fosse o primeiro a
deixar um comentário no site deles sobre o estabelecimento.
Perguntei onde
era o Warung Apung.
Ah, sim. Pois é.
Há esse. Fica a uns três ou quarto quilómetros de aqui.
Fui até lá.
Estava desarrumado. Parecia ter havido ali uma festa qualquer no dia anterior e
ainda não tinham posto a casa em ordem. Havia muitos insectos a passearem por
chão e paredes. Pedi a ementa. Vinha, obviamente só em Indonésio mas tinha
algumas fotografias. Olhei para a que tinha melhor aspecto e tentei que me
explicassem o que era mas nenhum dos empregados falava uma palavra de Inglês.
Fizeram-me sinal que era uma boa escolha. Em menos de cinco minutos, como é
costume nestes países asiáticos, trouxeram-me um prato que tinha lulas e
legumes. Estava intragável com as lulas mais duras que uma borracha escolar
mas, com um almoço que se tinha resumido a quatro pequenas bananas não tive
outro remédio senão come-las sem me queixar.
No dia seguinte
parti a caminho do “ferry” que me levaria a Bali. A estrada, com muitas partes
de montanha, continua muito movimentada até porque esta é a única via que os
camiões utilizam para abastecer as ilhas para oriente de Java com produtos que
vêm da capital e do seu porto marítimo. Os camiões aqui são relativamente
pequenos, para poderem circular nestas estreitas estradas e portanto têm que
ser em quantidade. Como Java é a região do planeta com mais densidade populacional
e deve existir uma “scooter” por família, imaginem a confusão.
Tinha ideia que
Bali era uma ilha relativamente pequena, com cerca de 30 ou 40 Km de
comprimento mas, mal saí do barco vi um sinal que tirou as minhas dúvidas.
Indicava a distancia para Denpasar, a capital da ilha: 128 Km
Ao ritmo de para
arranca a que se circula aqui isso representam três horas de caminho de maneira
que, pelas seis da tarde, quando ficou noite, tratei de procurar um Hotel onde
ficar. Encontrei um que era um centro de
yoga e fui recebido por uma senhora que falava muito devagar e transmitia uma
calma que condizia com o espaço, bem decorado, em colmo e palha e com estátuas
Hindus e Budistas. Muitas vezes as duas religiões misturam-se um pouco. O
quarto, também em madeira forrada a palhinha, com o teto esconso e cama com docel
coberta por uma rede mosquiteira, tinha a casa de banho ao ar livre e as
próprias paredes não chegavam até cima, fazendo-nos entrar no ambiente da
floresta que o rodeava, com os barulhos de pássaros e macacos que já tinha
visto na beira da estrada pouco depois de desembarcar.
Outro pormenor
que nos salta à vista é que em Bali voltamos a ver cães vadios, animais que não
existem normalmente em países muçulmanos mas que havia em quantidade na
Tailândia. Embora a Indonésia seja um país maioritariamente muçulmano, Bali é
um caso à parte, com a maioria da população a ser Hindu.
Ahah, grande carro aí na foto!
ResponderEliminarBjs, Ana
Por caso vêm-se por aqui muitos Jazz e alguns Accord, principalmente na Tailândia e Malásia. Civic's é que não. Beijinhos
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