Saí da capital de
Lombok, Mataram, pelas onze da manhã e parti para Norte junto à costa, na direção
onde eles me tinham indicado que ficava este grupo de três pequenas ilhas. O
passeio é lindo porque aquela zona da costa forma várias pequenas baías com
praias entaladas entre o mar e o palmeiral.
Quando vi as
ilhas no horizonte e um pequeno porto de mar parei para perguntar se havia quem
me levasse às ilhas. Pescadores que tratavam das redes responderam que sim mas
pediram-me o equivalente a 30 euros que achei um exagero. Disseram-me então
que, meia dúzia de quilómetros à frente, havia barcos que transportavam mais pessoas
regularmente. Parti para o porto que me indicaram onde constatei que até tinham
um armazém para se guardarem as muitas motos de quem ia para as ilhas trabalhar.
Embarquei num
“speed boat”, com três motores de 200 cv. e outros tantos clientes e em dez
minutos estávamos a desembarcar em Gili Travangan.
“Transport, sir,
transport? where are you staying”?
Pequenas carroças
puxadas por um cavalo esperam pelos turistas no porto para os levar aos hotéis.
Eu não tinha nada marcado e preferi alugar uma bicicleta com um porta bagagens
onde coloquei a pequena mala que trazia e fui explorar a zona.
Em menos de duas
horas dei a volta à ilha por um estreito caminho onde se cruzam bicicletas e
carroças. Durante o trajeto vários homens me perguntaram se não queria comprar
erva, uma massagem ou a própria massagista.
Pelo caminho
encontrei o hotel mais atrativo dentro do meu orçamento e deixei logo lá a
mala. Era composto por várias cabanas de colmo junto à praia em que uma era a
recepção e bar, outra um sítio para se estar sentado em almofadas a ler ou
conversar e outras os quartos, com camas grandes de docel e mosquiteiro mas
pouco espaço à volta. Do outro lado da entrada na cabana uma porta dava acesso
à casa de banho que era ao ar livre, forrada a bamboo, tendo a minha uma enorme
palmeira no meio. O duche era uma cana de bamboo de onde a água corria para o
chão da casa de banho. Muito giro.
Na praia tinham
não só camas para se estar ao sol como algumas mesas e cadeiras à sombra de
árvores e uns coloridos pufos que os empregados se apressavam a retirar de cada
vez que começava a chover.
Depois de dar a
volta à ilha e responder várias vezes que não me queria drogar nem receber
massagens fui à procura de um sítio para almoçar, já pelas três e meia da
tarde.
Encontrei um
restaurante isolado, junto ao mar, com uma pequena loja de roupa ao lado, que
pertence a um jamaicano que ali se instalou. Tinha um ambiente giríssimo com
boa música e três empregadas muito animadas e divertidas, de maneira que acabei
por voltar lá para jantar nesse dia e almoçar no dia seguinte.
Nas duas ultimas
refeições elas andavam numa paródia pegada, a rirem muito até que uma delas me
contou que a mais velha, dos seus trinta e muitos anos, estava apaixonada por
mim. Convidei-a para jantar e ficou excitadíssima mas quando, num restaurante
da vila sobre o mar, à luz das velas, caí na asneira de lhe dizer que partia no
dia seguinte, já não quis ficar comigo no Hotel. Era mesmo amor.
Deixei Gili
Tanwangan no barco da manhã com vontade de lá voltar, como me tem acontecido em
tantos sítios. Na outra margem peguei na moto e arranquei para o lado oriental
da ilha de Lombok, a caminho do porto onde apanharia o barco que me levar à
seguinte, Sumbawa.
Tinham-me
recomendado que, antes de partir, não deixasse de visitar uma zona montanhosa
da ilha de Lombok com uma beleza invulgar e umas quedas de água espetaculares
de maneira que, ficando até no meu caminho, foi para aí que me dirigi.
Quando lá
cheguei, depois de subir a montanha com paisagem de floresta exuberante, vi um
restaurante com bom aspecto e parei para almoçar. Tinha uma vista espetacular
sobre o vale, com o mar ao longe.
Pouco depois
entraram duas miúdas inglesas que se sentaram na mesa ao lado da minha e,
quando disseram que também vinham visitar as quedas de água, sugeri irmos
juntos.
Embora vários
guias nos recomendassem que o caminho para a segunda cascata, que seria a mais
espetacular, era quase impossível fazer sem acompanhamento, decidimos ir só os
três e foi muito divertido. Atravessámos um rio várias vezes por entre pedras e
corrente, ao princípio descalços e de calças arregaçadas mas para o fim
com sapatos e calças encharcadas. Pelo meio
caí dentro de água, felizmente numa altura em que tinha passado o meu iphone à
Laura.
A cascata era sensacional
e tomámos os três um enorme banho debaixo da queda de água.
Isto está a ficar monótono no que diz respeito a miúdas!
ResponderEliminarMas as paisagens são lindas. Grande aventura!
Boa viagem, Ana
Ha, ha, ha. Deve ser o efeito de estar gágá. Beijinhos
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