A ilha de Bali,
para quem está à espera de praias paradisíacas desilude bastante. É uma ilha
vulcânica e por isso as praias são de areia escura, pouco atrativa. A que
chamam “double six” perto do pequeno Hotel onde fiquei e onde fui no dia em que
cheguei, era grande em extensão mas de areia dura e escura. Ao fim da tarde
enchia-se de locais a jogarem futebol e os bares, frequentados por bifalhada de
classe media tinham música ao vivo de fraca qualidade. Uma chungaria pouco atrativa.
A capital,
Denpasar, é de ruas estreitas muito movimentadas com milhares de “scooters” e
carros a provocarem enormes engarrafamentos pelo meio de muitas lojas e
restaurantes virados para estes turistas do tipo que vemos em Albufeira no
verão.
A situação
melhora muito na parte sul da ilha. Aqui, uma pequena ilha que não tinha origem
vulcânica foi ligada à principal através de um istmo. Esta zona, muito mais
calma, já tem praias de areia clara, embora poucas. Curiosamente, sendo de
longe as melhores praias de Bali, têm pouca gente e pessoas com muito melhor
aspecto. Muitos deles são miúdos que vêm para o surf e de facto o local é um
verdadeiro paraíso de surf.
Uma das praias a
que fui formava uma esquerda de dois metros que parecia feita de propósito, com
os bons surfistas a fazerem tubos fabulosos.
Depois, para além
das praias há vários “spots” de surf onde não existe areia mas apenas rochas só
que no mar as rochas que se estendem mar dentro provocam ondas ideais para o
surf. Assim amontoam-se estas centenas de praticantes que andam de “spot” em
“spot” nas suas “scooters” equipadas com um suporte lateral para as pranchas. É
um ambiente giro.
Outra praia que
visitei tinha umas cabanas em colmo na
areia que eram restaurantes e locais onde alugavam pranchas com um ar muito
“tropical cool”.
Isto, sim, é o que
eu verdadeiramente esperava de Bali. Mas resume-se a três ou quatro praias.
O que mais me
encantou acabou por ser o interior da ilha, principalmente uma vila também
turística mas com muito melhor ambiente que a capital. Chama-se Ubud e tem
restaurantes e lojas com bom aspecto, templos Hindus, uma “Monkey Forest”,
cheia de macacos e campos de arroz nos arredores. Muita vegetação formando uma
paisagem natural deslumbrante que se encaixa bem nos templos e Palácio do
antigo Sultão. Não há gente a mais e o ambiente é giro.
Um museu
particular, com quadros pouco interessantes, alberga uma impressionante coleção
de espadas e punhais.
Talvez a única
vantagem de visitar estes locais mais turísticos é a qualidade dos Hoteis e
restaurantes. Em Bali consegui comer um excelente bife, o que não me acontecia
desde que saí de Portugal, há mais de dois meses.
Fiquei quatro
dias num pequeno Hotel que tinha um quarto óptimo e limpo, com uma decoração
simples mas gira e a particularidade de a casa de banho, bem arranjada, ser
enorme e ao ar livre. Ou seja, a parte do duche e banheira não tinham teto. Já
tinha tomado muitas vezes duche ao ar livre mas agora foi a primeira vez que
tomei um duche à chuva, ou seja, um chuveiro quase do tamanho da casa de banho.
O Hotel pertencia
a um simpático italiano casado com uma indonésia que, no dia em que tinha lá
dois amigos também italianos a jantar me convidou. Fez uma esparguetada do
melhor e acabámos a noite a provar uma aguardente Balinense que ele dizia tem
causado muitos problemas na ilha por haver gente a morrer depois de beberem a
que é mal feita mas aquela era de confiança, segundo ele, fabricada por uns
amigos especialistas do Norte da ilha. Pelo menos no dia seguinte estávamos os
quatro vivos e de boa saúde.
Este hotel tem à
porta uma lavandaria que é explorada pelo mesmo casal com duas empregadas que,
de cada vez que me viam sair na moto me faziam milhares de recomendações,
visivelmente preocupadas em verem o que consideravam um velho maluco numa moto
com tamanho desadequado à capacidade física do condutor. Eu dizia-lhes sempre que
sim e mais também e lá seguia viagem.
No outro dia,
estavam as duas e a patroa à porta quando saí e me fizeram as recomendações
habituais, quais mães preocupadas.
Quando vou a
arrancar, enquanto lhes respondia automaticamente que não havia qualquer
problema, distraí-me, passei com a roda da frente por cima de uma grande pedra,
desequilibrei-me e ... “catrapum”, moto no chão. Elas vieram as três a correr
ajudar-me a levantar a moto e pude ler na cara das três: “como é que este tótó
chegou até aqui, não nos entra na cabeça”.
Gostei do post, pareces-me tudo bem mais confortável. E coitada da Honda, muito sofre. Bjs, Ana
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