A meio da serra encontrei um pequeno Hotel na vila de Boshil. A estadia
custou-me o equivalente a 12,5 euros e era melhor e mais limpo do que muitos
onde tenho ficado, só penalizado por um duche terrível mais uma vez a atirar
água para todo o lado menos para onde devia. Ando com azar aos duches.
O centro de Mérida é bonito, com casas coloniais e praças com muita
vegetação. Bares e restaurantes são animados por muitos turistas, a maioria
vindo da estância de Cancun, a cerca de 300 Km, para aqui passar um dia ou
dois. Tive azar no Hotel onde fui parar. Estava ao lado de uma “boite” cujo
disc jockey parecia estar dentro do meu quarto, até às três da manhã. Quando no
dia seguinte me queixei na recepção pediram-me para escrever uma nota para
juntarem às muitas que já tinham de protestos. Mas o pior da noite foi ter sido
atacado por umas aranhas minúsculas que me trincaram um lado da cara, a cabeça,
braços e costas, deixando-me num estado lastimoso. Um creme que encontrei numa
farmácia suaviza um bocado a situação mas continua dramática.
Deixei Mérida pelas três da tarde e fui ficar uns 100 Km depois, junto às sensacionais
ruinas Mayas de ChienchinTze, que visitei na manhã seguinte. Esta zona é a mais
turística do México, com cerca de 15 milhões de turistas a aterrarem em Cancun
todos os anos. Deixei as ruinas já tarde e pensei em ficar ainda antes de
Cancun mas passei apenas por pequenas aldeias que não tinham hotéis. Numa
delas, já de noite, indicaram-me uma quinta onde cheguei através de uma estrada
de terra. Toquei ao portão e acabou por aparecer um homem com uma criança ao
colo a dizer que só estavam preparados para receberem grupos grandes com
marcações. Continuei estrada fora até que alguém a quem perguntei por um Hotel
sugeriu que cortasse por uma estrada secundaria a caminho de Puerto Morelos, por
ser mais perto que Cancun. Entrei nesta estreita estrada deserta de longas
rectas e, pelas oito da noite cheguei à pequena vila, muito mais tranquila e
atractiva que a capital do turismo. Deixei a tralha num simpático Hotel onde um
Mexicano me viu chegar na moto e me convidou para beber uma cerveja no bar sem
paredes que dava para a rua. Acabei por ir jantar a um restaurante na rua do
lado onde uma mexicana dançava Sevilhanas ao som de uma guitarra e de um
desapropriado trompete, tocado por uma mulher. Animado.
Da parte da manhã tinha andado um pouco para trás para visitar Cancún, por
curiosidade. É muito melhor do que estava à espera. A cidade é feia mas os bons
Hotéis estão junto a uma fantástica praia de vários quilómetros com um mar azul
turquesa.

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