
Pelas nove da noite saí à procura de um restaurante onde jantar. À esquina
encontrei um único onde duas simpáticas e giras miúdas pareciam esperar o
primeiro cliente da noite. Pedi a ementa e um Biru (cerveja) mas a partir daí a
comunicação foi mais difícil. Elas não falavam uma palavra de inglês e o menu,
sendo numa cidade de província onde não há turistas, estava todo em Japonês e
não tinha fotografias, como muitas vezes têm. Nem sequer havia outros clientes
para eu poder escolher através do que tinham pedido e apontar para o prato
deles. Estivemos uns bons minutos a rir os três com a situação até que uma
delas se lembrou de procurar fotografias de pratos na internet. E assim escolhi
o que queria através das fotografias no telemóvel da rapariga. Original
E já que não havia mais clientes elas sentaram-se na mesa ao lado da minha
também a jantarem. Muito engraçado.
Já só estava a duzentos e poucos quilómetros de Tokyo de maneira que
marquei pela internet Hotel para os dois dias seguintes na capital e fiz-me à
estrada.
A zona que passa junto ao monte Fugi é linda, primeiro com uma estrada no
topo da montanha com vista para o famoso monte, com o glaciar no topo, de um
lado e um lago em baixo do vale do outro. Infelizmente o céu nublado do dia não
me permitiu ver o Fugi mas a vista para o lago lá de cima é espetacular. Além
disso, a estrada que desce até ao lago e sobe a montanha do outro lado é linda,
com uma vegetação muito densa e grande variedade de árvores. O transito é que
estava praticamente parado com o que parecia ser um passeio típico para as
gentes de Tokyo. Lá fui eu pela faixa contrária a passar o traço contínuo,
sempre que a segurança o permitia.
-Não tenho
-Não. Só tenho portuguesa.
-Não pode ser. E o que faz aqui?
-Sou turista.
-Turista, de moto?
-Sim. Tem matricula portuguesa
-Como é possível?
E para não complicar mais a conversa mudei o tema.
-Ajude-me lá. Sabe onde fica o Richmond Hotel? Disseram-me que era nesta
rua.
- Sim. É ali em cima.
-Depois do cruzamento?
- Sim, no segundo sinal luminoso.
-Ah, óptimo. Muito obrigado
E resolvi a questão com mais um sorriso simpático. Apetecia-me dar-lhe um
beijo mas achei que me levaria preso e desisti da ideia.
Malandro.... :)
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