Sem encontrar
qualquer tipo de macaco, arranquei daquela espécie de Hotel pelas 9 da manhã a
caminho da ilha de Penang que fica perto da costa e onde também se pode chegar
através de uma longa ponte. Fiz o trajeto por estradas secundárias e optei pelo
ferry, por ser a primeira alternativa que me apareceu. Entrei no meio de uma
enchente de “scooters” e estacionámos com muito pouco espaço entre as motos,
apenas o suficiente para desmontar e esticar as pernas. Ao meu lado direito
estava um casal em que a mulher trazia um bébé ao colo que não teria mais de um
mês. Ficou em pé entre a minha moto e a “scooter” do marido que preferiu ficar
sentado ao volante. Quando o barco ia para atracar na outra margem eu estava em
pé do lado esquerdo da moto, à conversa com outro homem e com uma mão no punho
da moto. Ao atracar, o barco bateu com tal força no cais que a minha moto, que
estava no descanso lateral, se desequilibrou para o lado contrário, onde estava
a mulher com a criança ao colo sem espaço para onde fugir. Como tinha a mão já
no punho puxei-a com quanta força tinha e consegui, não sei como, voltar a
pô-la direita, evitando que caísse para cima da mulher e do bébé. Acho que se
eles não estivessem ali não tinha tido força para a levantar.
A Malásia tem uma
população de 28 milhões de habitantes dos quais 22 milhões se encontram na
parte continental ou West Malaysia, que faz fronteira a norte com a Tailândia e
a Sul com Singapura. A outra parte do país, East Malaysia, com uma área
aproximada à da parte ocidental, encontra-se na ilha de Borneo, que reparte com
a Indonésia e o pequeno sultanato do Brunei.
A maior
originalidade do sistema político é que têm um Rei mas que é eleito a cada 5
anos, de entre os descendentes hereditários dos monarcas de 9 dos 13 estados
que formam o país. Na prática têm um sistema de rotatividade, de maneira que o
rei muda a cada 5 anos.
A população é uma
mistura de raças com influencias mais fortes tanto de Indianos como de
Chineses.
Quando cheguei à
ilha de Penang, ainda era uma da tarde e decidi começar por dar uma volta à
ilha. Pelo caminho almocei num restaurante junto ao mar e, da parte da tarde
visitei uma quinta de frutos tropicais, onde bebi um sumo.
Pelas quatro e
meia da tarde estava em George Town, a cidade desta ilha com 290 Km2. É uma
cidade gira por ser tão cosmopolita, misturando zonas de prédios e Hoteis
modernos com bairros típicos que nos transportam no tempo.
Instalei-me numa
Guest House dum destes bairros. A rua chama-se Love Lane porque em tempos era
onde os empresários locais tinham os apartamentos onde instalavam as suas
amantes, apartamentos esses agora transformados em pequenos Guest Houses e
Hostais que albergam a maioria dos jovens ocidentais em viagem por aquelas
bandas. A rua é muito animada, com bares bem arranjados e algumas lojas de tralha
antiga muito giras. Parece estarmos nos anos 70.
Ali a dois passos
visitei o bairro chinês com ruas típicas e a atração de “grafitis”
extraordinários, por vezes em três dimensões, aproveitando partes de bicicletas
ou outros materiais.
No dia seguinte
decidi fazer uma caminhada através da selva de um parque natural existente na
ilha que me levaria à “turtle beach” onde supostamente avistaria enormes
tartarugas. O trajeto de quatro quilómetros através da selva, com subidas e
descidas acentuadas em carreiros disformes é cansativo e acabei por conseguir
uma boleia de barco para voltar da praia de onde as tartarugas tinham emigrado.
Pelo caminho através da floresta
encontrei muito pouca gente mas qual não foi o meu espanto quando vejo um casal
de miúdos em que ele tinha vestida uma camisola da seleção portuguesa de
futebol. Perguntei-lhe se sabia que camisola era aquela e o rapaz respondeu-me:
“Claro. Sou um grande fã da seleção portuguesa”. Tem graça mas acho triste
sermos só conhecidos nestes países longínquos através do futebol. Ninguém tem
ideia onde fica Portugal e muitos nunca ouviram sequer falar no nome.
É o que dá termos o melhor jogador do mundo. E se não fosse o Cristiano nem ninguém nos conhecia de todo.
ResponderEliminarViva Ronaldo!
Boa viagem e cuidado com a moto.
Bjs
Ana