Cheguei a Jakarta
ao fim da tarde e, como de costume, fui enganado pelo táxi que me levou ao
Hotel. Só que aqui é ainda dentro do aeroporto que têm uns balcões onde várias
companhias vendem viagens de táxi por quatro vezes mais do que custam se apanharmos
o táxi à saída do aeroporto. Achei logo estranho porque a menina do balcão me
veio acompanhar até ao carro.
A primeira
impressão que temos de Jakarta é francamente má porque fora do centro a cidade
é feia e suja. Para além disso os dez milhões de habitantes parecem não ter
onde estar e ficamos com a sensação que há gente a mais não só parada nas ruas
como a circular de carro ou “scooter”.
A moto, a viajar
de barco, só chegava dois dias depois de maneira que no dia seguinte decidi ir
fazer um passeio turístico.

Cá fora, nos mal
tratados jardins e acessos, decorria uma manifestação com muitos jovens de
bandas pretas na cabeça e bandeiras brancas com caracteres indecifráveis que
vociferavam sob o olhar atento da polícia.
De seguida tentei
visitar o palácio presidencial mas, mal atravessei a rua para chegar ao passeio
em frente, o guarda que estava na guarita saiu e mandou-me atravessar a estrada
de volta e não tirar fotografias. Só então reparei que realmente aquele passeio
e a entrada do palácio estavam vazios.
Fui então num Tuk
tuk até um mercado de rua onde acabei por almoçar uma espécie de cozido onde
reconheci batatas e couves mas em que o ingrediente principal era, segundo a
mulher, peixe mas tinha a consistência de toucinho e calculo que fosse a
gordura que está entre a carne e a pele de algum peixe de grandes dimensões.
Como aquilo era tudo cozido achei que não me faria mal. E não fez.
Fui depois visitar
a mesquita Istiqlal que é a maior do sudeste asiático. Impressionante em
tamanho mas, pelo menos por fora, sem graça nenhuma. Em Jakarta não se vêm
turistas nas ruas e muito menos na mesquita de maneira que quando passei os
enormes portões que dão acesso aos jardins que circundam a Istiqlal senti-me um
pouco desconfortável, principalmente por estarem ali enormes grupos de jovens
com as bandeiras e panos pretos na
cabeça que tinha visto duas horas antes junto ao Nasional Monument.

Estive uma meia
hora numa interessante conversa com eles mas comecei a sentir-me desconfortável
quando se juntou muita gente à nossa volta, principalmente porque eu era o
único estrangeiro naqueles terrenos da mesquita onde estavam muitas centenas de
pessoas. A situação ainda se tornou mais estranha quando um rapaz me veio
agarrar a mão e a beijou. Achei que era altura de partir e despedi-me dos
estudantes.
Do outro lado da
rua desta enorme mesquita existe uma
imponente catedral católica, que tinha sido mandada construir por Napoleão,
quando ocupou a Holanda e com isso as suas colónias e reconstruída pelos
holandeses entre 1899 e 1901. Entrei para ver. Estava arrumada e bem tratada
mas não tinha uma única pessoa dentro.
Sem comentários:
Enviar um comentário