A Indonésia é o
15º país maior do mundo, com perto de dois milhões de quilómetros quadrados
espalhados por mais de 17.500 ilhas, das quais cerca de 1.000 são
permanentemente habitadas. Com mais de 250 milhões de habitantes é o quarto
país mais populoso do mundo, a seguir à China, Índia e Estados Unidos. E
sentimos isso quando circulamos nas ultra congestionadas ruas de Jakarta, a
capital.
O país é menos
civilizado que os vizinhos Malaios, Tailandeses ou, principalmente, de
Singapura. Aqui já se vê muito lixo nas ruas, embora não atinja as proporções
indianas, rios transformados em enormes esgotos e um transito caótico onde voltamos
a ouvir o barulho das buzinas. Os motoristas de táxi já escarram para fora da
janela e dão arrotos.
Os processos
burocráticos para a moto entrar nos muitos países que tenho atravessado é o que
podemos chamar um 8 ou 80. Na Malásia, por exemplo, mal olharam para a moto e
não me pediram qualquer documento. Em Singapura também entrei sem qualquer
problema embora à saída me dissessem que deveria ter carimbado o Carnet na
entrada. Aqui na Indonésia foi um processo complicado que durou vários dias e
incluiu pedidos de papelada a múltiplas instituições. Ontem felizmente
resolveu-se, até porque quando estou sem a moto me sinto como que descalço.
Mas o dia não
começou bem. Ao sair do Hotel de fraca qualidade situado nos últimos três
andares de uma espécie de enorme centro comercial para ferramenta e material mecânico
e electrónico, o elevador travou de repente entre dois andares levando a que eu
e um casal que também ali viajava, quase fôssemos atirados ao chão. A mulher assustou-se
mas o namorado ainda estava com mais medo. O que vale é que a cena durou pouco
tempo. Sem tocarmos em qualquer botão o elevador voltou a arrancar e parou
tranquilamente no rés do chão. Felizmente era a ultima vez que tinha que andar
nele. Apanhei um táxi à porta já munido do que pensava serem todos os papéis
necessários para levantar a moto mas o taxista não deu com o local onde estava
a moto no caos que é o porto de Jakarta e acabou por me deixar noutro táxi
local, que dizia saber muito bem onde eu queria ir. Não tínhamos andado mais de
cinco minutos quando percebi que me estava a levar para longe do sítio previsto.
Fartei-me de refilar e insultar o homem mas às tantas comecei a achá-lo com um
ar estranho. Só me dizia “slow, slow” , revirava a cabeça e quando eu me
chegava à frente e olhava para ele puxava a camisa para cima a tapar-lhe a cara
até aos olhos.
Fiquei preocupado,
até porque me estava a levar para uma zona do porto com muito mau aspecto. Comecei
então a trata-lo bem e a dizer-lhe que era exatamente ali onde estávamos que eu
queria ficar. “Pode parar aqui que é aqui mesmo”.
“No, no, slow,
slow” e o homem não havia maneira de me deixar em lado nenhum. Eu a ver-me cada
vez mais afastado do local onde estavam os escritórios da alfândega ia-lhe
dizendo para parar junto a cada edifício que eu ficava ali mas o homem não
parava mesmo. Sem saber falar inglês só repetia “slow, slow”. Passados três
quartos de hora foi ter ao sítio onde eu realmente queria ir e só então percebi
que nunca tinha estado perdido nem era maluco mas quis apenas dar uma martelada
no taxímetro.
Cheguei ao
escritório da alfândega eram uma e meia da tarde e só tinha tomado o pequeno
almoço. Só consegui sair do porto com a moto às oito e meia da noite. Nessa
manhã tinha deixado a mala num Hotel pior do que aquele em que estava antes mas
mais barato e, quando lá regressei com a moto, duas raparigas que bebiam um chá
numa pequena esplanada de rua em frente, meteram conversa e por ali fiquei a
beber uma cerveja antes de ir jantar.
Uma delas falava
pouco inglês mas convenceu-me que era muito boa massagista ... e era. No dia
seguinte tinha aprendido a dizer “I want to ride your motorcycle”, de maneira
que a levei a dar um passeio pela cidade. Fomos ver um teatro e uma exposição
de pintura e a seguir pretendíamos ir até à praia mas perdemo-nos no caos da
cidade. Quando parei para pôr gasolina caiu uma carga de água daquelas que
parece que o céu nos vai cair em cima. Fiquei um quarto de hora à espera que
passasse mas um homem avisou-nos que as ruas da cidade estavam a ficar
intransitáveis e então lá arrancamos debaixo de chuva torrencial. Talvez por
não chover há uns tempos e os esgotos estarem entupidos houve ruas em que a
água chegava a meio das rodas da “Cross Tourer”.
Isso aí já não parece nada paradisíaco e cuidado com as massagens.
ResponderEliminarIsto por cá anda animado, a nível político e judicial...
Boa viagem, para quando o regresso a casa?
Vou acompanhando pela Internet. Ainda não sei se volto dia 10 de Dezembro ou em início de Janeiro.
EliminarAs massagens só fazem bem.