Ao sair de George
Town ainda tive direito a assistir a uma cena que podia ter acabado mal, à
porta do Guest House onde estava instalado.
Estava a colocar
as malas na moto enquanto o proprietário do Hostal ao lado explicava a um miúdo
inglês, acompanhado da namorada, como se conduzia a “scooter” que acabara de
lhe alugar. O rapaz, com ar confiante, dizia que sim, que não havia problema, e
sentou a namorada atrás dele.
Com milhares de “scooters”
a serem conduzidas nestes países por homens e mulheres de todas as idades e
muitas delas alugadas a turistas que normalmente se vão safando melhor ou pior,
o miúdo achou que tinha que ser uma coisa facílima. E é, só que ele nem de
bicicleta devia saber andar. Acelerou e travou ao mesmo tempo e a “scooter” lá
arrancou debaixo de uma barulheira que se confundia com os berros do homem do
Hostal: “SLOWLY, SLOWLY. BRAKE”
Conseguiu
parar nem ele sabe como e o homem foi ter come ele a
insistir que tinha que ir devagar.
“Sim, sim”
respondeu o bife. “sem problema”.
Voltou a arrancar
e não fez mais de vinte metros aos esses a acelerar a fundo e a travar com
quanta força tinha, antes de se espetar com a namorada no alcatrão.
O velho berrava
que nem um desalmado enquanto recolhia a mal tratada “scooter” e a namorada
desatou a correr assustada, de capacete na cabeça, e só parou no quarto do Hostal,
para desespero do homem que no meio dos berros pedia o capacete de volta. Tive
que fazer enorme esforço para não me desatar a rir
Arranquei em
direção ao interior, para visitar uma zona montanhosa onde existem grandes
plantações de chá. Desta vez atravessei para o continente pela ponte, ao estilo
da nossa Vasco da Gama, e percorri cerca de 100 Km de autoestrada para sul.
Pouco depois de
deixar a via rápida, onde as motos estão isentas de portagem, entrei numa
estrada de montanha fantástica com sequencias de curvas e contracurvas rápidas,
de quinta, rodeada de uma paisagem de floresta que se foi tornando mais densa
ao longo dos 150 Km que me levaram a Cameron Highlands, no topo da montanha. Um
gozo. Pelo caminho encontrei 4 rapazes que tinham vindo simplesmente acelerar
para aquela serra nas suas motos coreanas de 250 c.c. e bebemos um chá juntos
numa barraca de borda de estrada.
Em Cameron
Hinghlands instalei-me num simpático Hotel de montanha, com plantas a crescerem
no telhado. A temperatura tinha passado dos 39º à saída de George Town para 25º
no alto da montanha. Á noite baixou ainda para uns 19 ou 20º. Tomei um duche
mais quente que o habitual e para jantar, na sala com lareira acesa, vesti uma
camisola. Prefiro calor a frio mas já tinha saudades de uma temperatura destas.
Um rapaz de
origem Russa e a sua bonita namorada Malaia, que me tinham visto chegar na moto
à tarde, pediram para se sentarem à minha mesa de jantar e quiseram saber
pormenores da viagem. Ele vive há anos na Malásia, tinha ali vindo passar dois
ou três dias e conhece bem o país. Perguntei-lhe o que devia visitar e deu-me
excelentes indicações não só para a Malásia como para a Indonésia.
Ahahahah, indique ao "bife" um curso de condução na EPH
ResponderEliminarhttp://www.honda.pt/motorcycles/experience-honda/escola-de-pilotagem-honda.html
Esse Hotel tem muito bom ar. Isso está com um ar mais civilizado.
Boa viagem, Ana
Depende. Um dia estou bem instalado, no dia seguinte durmo numa barraca. Obrigado. Beijinhos
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