8 de março de 2019

Maun

Não dormi mal, na tenda. Acordei pelas sete e meia, tomei o pequeno almoço no Hotel e arranquei pelo Botswana, numa estrada igualmente sem movimento mas agora com vegetação ainda rasteira mas verde. Á medida que avanço para Norte a paisagem vai ficando menos seca e as arvores aumentam de porte, aos poucos.
Parei para tirar uma fotografia junto à placa que indica estar a atravessar o Trópico de Capricórnio.
Em Ghanzi, junto ao Wildlife Office, um departamento estatal com uma série de empregados que parecem não ter nada que fazer, alguns especados à frente de computadores, perguntei se valia a pena visitar o parque no Kalahari mas disseram-me que veria poucos animais nesta época do ano e aconselharam-me a continuar para Norte, até Maun.
Ali várias agencias vendem pacotes que incluem a travessia em avioneta até algumas das ilhas formadas pelo delta do Okovango o rio que nasce em Angola, atravessa a faixa de Caprivi na Namíbia e desagua na planície do Botswana, inflitrando-se terra dentro e criando múltiplos pântanos e lagoas, numa extensão de centenas de quilómetros. À volta do delta construíram fabulosos Hoteis em madeira que atraem turistas de todo o mundo a preços proibitivos.
A agencia estava a fechar quando lá cheguei, depois do almoço num Nando’s às quatro e meia da tarde. A mulher que me atendeu disse que regressasse às oito do dia seguinte.
Procurei estadia na internet e reservei um Guest House fora da cidade, por ser mais barato. Não sabia é que implicava um pequeno percurso em estrada de areia. Até estava a correr bem mas, numa zona de mais areia solta, já a 50 metros do Hotel, fui ao chão. À minha espera junto à porta do Hotel estavam dois empregados, solicitos, que rapidamente me vieram ajudar a levantar a moto. Felizmente só se partiu mais um pouco um dos suportes de uma mala lateral.
Ás oito e meia da manhã seguinte estava a entrar na agencia Wilderness
Propuseram-me uma fortuna para dois dias passados num dos Hoteis do mato e acabei por chegar a acordo com outra agencia para passar só uma noite, com um Safari na tarde da chegada e outro na manhã da partida.
A avioneta partia só na tarde do dia seguinte de maneira que marquei estadia para essa noite num outro Guest House também fora da cidade onde estavam a ficar duas Holandesas que conhecera no dia anterior ao almoço. 
Voltei a apanhar estrada com areia solta para lá chegar mas desta vez ataquei-a a dez à hora e consegui não cair.
A avioneta levantou do pequeno aeroporto de Maun pelas duas da tarde. Para além do piloto viajava comigo uma empregada do Hotel e um casal de ingleses que visitava estas Pousadas de mato no Botswana pela vigésima vez e me diziam ser esta para onde íamos a melhor.

Cerca de uma hora depois de sobrevoarmos grande parte do Delta, com uma paisagem deslumbrante, aterrámos numa rudimentar pista de terra onde um jipe sem capota nos esperava. Passados 15 minutos, através de uma pista de areia, chegámos ao Hotel, em madeira, montado em estacas sobre um pântano. No início do passadiço que nos levou à sala principal um criado oferecia panos molhados refrescados e perfumados para limparmos o suor da cara. O salão em telhado de colmo, era aberto dos lados assim como a casa de jantar, que se lhe seguia. Divisões enormes e bem decoradas, tudo em madeira. De aqui uma passagem para uma pequena piscina. Continuando para o outro lado, carreiros em terra para a meia dúzia de quartos, cada um com o mesmo tipo de construção em madeira e telhados em colmo mas desta vez com as paredes em rede de malha fina para impedir a entrada de insectos. Cada quarto era um “Bungalow” separado, com uns 40 m2 e uma casa de banho, sem portas, do mesmo tamanho. Ao ar livre dois chuveiros também em chão de madeira e muito espaço. Em frente ao quarto, virado para a Savana, um terraço com dois grandes cadeirões. Espectacular



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