De San José parti de manhã pela fabulosa Estrada nacional nº 1 rumo ao Sul.
Tem só uma faixa para cada lado e serpenteia, junto ao mar, com falésias e praias
fantásticas pelo caminho e muito pouca construção. Por existir uma autoestrada
mais para o interior, com o mesmo trajeto, tem pouco movimento, a maioria sendo
de turistas que alugam Ford Mustang descapotáveis e fazem aquele passeio, já
típico, que atravessa a região de Big Sur.
Instalei-me num Hotel em San Luis Obispo. Mais a sul a estrada passa um
pouco para o interior, junto a grandes plantações de vinha, alfaces, etc.
Voltei a apanhar a costa perto de Santa Barbara até Los Angeles. A meio caminho
parei no imprescindível Neptune’s Net café que, sendo Domingo, estava
preenchido com carros e motos espampanantes. Harleys, principalmente e Hotrods
a lembrar os dos anos 70.
A Estrada segue por Malibu, uma zona de boas casas junto ao mar. Mais à
frente Santa Mónica. Pelo caminho uma praia com uma enorme fila de grandes
motorhomes que ali param para passar o fim de semana, a maneira americana de
acampar.
Finalmente, já em Los Angeles, a famosa praia de Venice, com o seu
imprescindível skate park, ginásio ao ar livre e vários campos de Paddle tenis,
como chamam os Americanos a uma espécie de mini tenis jogado em pequenos courts
de piso rápido com bolas de tenis e raquetes de paddle.
Fiquei num Hotel em Hollywood e passeei por Hollywood Boulevard onde está o
passeio das estrelas, uma foleirada cheia de turistas, principalmente sul
americanos e asiáticos.
No dia seguinte visitei a famosa Amoeba, a mais conhecia loja de discos de
LA, com muitos milhare de CD’s e LP’s à venda. Vai fechar no ano que vem, para
dar lugar a um prédio, que já não há quem compre discos e CD’s em quantidade
que justifique.
Em Beverly Hills parei junto a um especialista de Rolls clássicos. Uma
pequena oficina com velhos de mais de sessenta anos a trabalharem, tanto na
mecânica como na chapa. São quem ainda sabe mexer nestes carros. No stand,
entre dois Bentley Azure descapotáveis, estava o Rolls Royce mais bonito que
alguma vez vi. Era um Silver Cloud descapotável de 62, o meu modelo preferido,
mas tinha um pormenor único. Os faróis, de grandes dimensões, eram separados da
carroçaria, à boa maneira dos anos 30. Tinha sido feito, na época, por
encomenda e era modelo único. Absolutamente fenomenal. Os dois Azure estavam
marcados a 50 e 55.000 dólares. Por este Silver Cloud pediam 550.000. Que pena
não os ter ao canto de uma gaveta.
Fiquei em Los Angeles dois dias e segui depois para sul até San Diego,
junto à fronteira com o México. É uma cidade mais arejada, também na costa. O
dia pôs-se cinzento mas por aqui praticamente não chove. Por esse motivo em
toda a Califórnia vemos indicações para se poupar água, os duches nos hotéis
têm pouca pressão e recomendam que não reguem a relva, deixando-a muitas vezes morrer.
Em Los Angeles quase só as casas mais caras, de Beverly Hills, e junto ao
observatório planetário conservam relvados impecáveis.
Em San Diego instalei-me num animado Hostal, com as paredes exteriores
multicolores com pinturas de sereias e flores e um emblema da paz ao meio em
grande.
Aqui, junto a uma das praias mais concorridas da zona, hippies de ar decrépito vagueiam pelas ruas. Vêm-se velhos
de 70 anos a fazer surf e, no passeio junto à praia, a andarem de skateboard.
Uma mulher, já com idade para ter juízo, dança freneticamente no terraço de
casa sobre a praia. Temos a sensação que os hippies do final dos anos sessenta
continuam aqui a fazer a mesma vida só que com mais meio século em cima dos ombros.
A droga parece mantê-los de espírito jovem, mesmo se os corpos evidenciam
desgaste. Vêm-se VW carochas com as traseiras cortadas a falharem e outros com
o tejadilho rebaixado. Outros deslocam-se em velhas carrinhas pick-up
americanas apodrecidas pelo ar do mar que não passariam numa inspeção nem na
India.
Aqui no hostal está uma velha com mais de setenta anos com o cabelo branco,
comprido até ao rabo, que fuma meio maço de tabaco ao pequeno almoço e depois
sai para a praia de prancha debaixo do braço.
Muito Bom Xico, parece que estou a fazer esse caminho outra vez. Boa continuação e grande abraço
ResponderEliminarOra bem, cá estou eu! Como não me avisa que volta à Viagem, só muito tarde descubro. Aí ai.
ResponderEliminarHoje li o Japão, gostei muito, e estes posts dos EUA. Agora não perco.
Boa viagem e que esse "cavalo" não dê trabalho.
Bjs
Ana
Ah. Já estava amuado por não ter os seus comentários. Porque é que voçê, que é uma rapariga moderna e agora tem tempo para se entreter com isso, não tem uma página de "facebook". É bem divertido e sempre vamos tendo mais oportunidades para dizer uns disparates. Beijiiiiinhos
EliminarTem razão mas, como vê e com atraso é certo, cá estou eu!
ResponderEliminarBoa viagem.