Já farto da pasmaceira de Darwin decidi meter-me num avião e ir passar dez
dias às ilhas Fiji.
A Austrália é o sexto país maior do mundo, com 7,7 milhões Km2, ou seja, é
um pouco menor que o Brasil ou os Estados Unidos mas maior que a Ìndia, que tem
um bilião de habitantes enquanto aqui não há mais que 27 milhões, apenas três
vezes mais que em Portugal.
Uma das razões é que grande parte do território é deserto inabitável.
O voo que apanhei foi direito a Brisbane, na costa oriental, para no dia
seguinte seguir noutro para Nadi, nas Fiji Islands.
O céu estava limpo e durante mais de duas horas sobrevoámos deserto, sem
qualquer vegetação ou vestígios humanos. Só quando nos aproximávamos da costa
Oriental é que começou a aparecer primeiro alguma vegetação e depois uma ou
outra quinta, de dimensões absurdas para
os conceitos europeus. Mais à frente um rio com uma barragem, alguns
aglomerados de casas e, por fim, já a uma meia hora da cidade, montanhas com
vegetação densa.
Brisbane é uma cidade relativamente grande, com mais de dois milhões de habitantes
e um alto nível de vida. No trajeto do aeroporto para o centro passei por um
concessionário Ferrari e outro Lamborghini, como não vemos na maior parte das
capitais europeias. Pelas ruas muitos turistas orientais, principalmente
japoneses e sul coreanos.
No dia seguinte parti para as Fiji, numa viagem de outras três horas e
meia.
Quando cheguei instalei-me num pequeno “resort” em que a carrinha que me
foi buscar ao aeroporto entrou pela praia por onde rolámos uns trezentos metros
até à entrada do Hotel, com uma recepção ao ar livre, junto à piscina. Tinha
reservado uma cama numa camarata com meia dúzia de lugares, um sistema muito
utilizado aqui pois a dormida fica por 20 euros em vez de oitenta ou cem.
No meu quarto, nessa noite, estava só uma Australiana, gorducha, dos seus
vinte e pouco anos. Era simpática mas passou a tarde deitada na cama a ver
filmes no computador e a noite a ressonar. Nos intervalos lá consegui dormir e
no dia seguinte levantei-me às sete e meia, com a rapariga ainda a ressonar, e
parti apanhar um semi-rígido que me levou até uma das pequenas ilhas, Waya. O
mar estava calmo e, passado hora e meia desembarquei neste local paradisíaco,
com uma água transparente a refletir tons de azul turquesa junto a umas cabanas
na praia no meio de palmeiras e uns vinte metros de areia branca e fina.
Na praia quatro empregados cantavam e tocavam violas numa recepção de boas vindas a mim, a duas
gémeas irlandesas dos seus 27, 28 anos e um casal de velhos Nova Zelandês muito
simpático que me contaram virem para aqui de férias há mais de vinte anos,
quando só havia três “bungalows” na praia. A senhora tinha partido o pé dois
dias antes ao sair de um barco mas mesmo assim preferiu partir para a ilha de
gesso na perna que estragar as férias.
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