6 de outubro de 2015

Darwin - 2




À primeira vista a Austrália é muito do género dos Estados Unidos. Darwin é uma pequena cidade costeira, com prédios baixos e uma rua principal de comercio, com restaurantes de qualidade média bastante movimentados. Na zona do porto  uma piscina com ondas artificiais e mais restaurantes. Já fora do centro várias zonas de casas boas junto à costa. Pelo interior mais bairros de casas individuais.
Aqui vê-se que há espaço para não haver prédios e a classe média vive nestas casas construídas em terrenos de cerca de 400m2, com uma má qualidade de construção mas funcionais. 
A densidade populacional é pequena, as estradas boas e não há filas de transito ou engarrafamentos, nem no centro da cidade. 
A classe baixa são só praticamente os “aborigenas”, descendentes dos nativos, a quem o estado dá uma pensão vitalícia por não estarem mentalizados para trabalhar nem ninguém parecer estar interessado em os empregar. Os que decidiram deixar as suas aldeias fora da civilização e vir para a cidade vagueiam pelas ruas, muitas das vezes descalços, alcoolizados e sem rumo, ou deslocam-se nos autocarros sem destino aparente. O governo está a tentar que a nova geração frequente as escolas e se instrua mas é um processo que demorará gerações.
Os outros, os descendentes dos conquistadores, vivem bem e a vida é mais cara que em Portugal, talvez ao nível de França ou Inglaterra.
Ao estilo americano os australianos também gostam de grandes motores V8 que se fazem ouvir montados em “pick-up’s” ou jipes e têm uma pronuncia muito mais próxima da americana que da inglesa.
Ficamos com a sensação que o país funciona e um sinal de que as decisões são tomadas rapidamente foi-nos dada por um membro do partido governamental que decidiu candidatar-se a Primeiro Ministro. Anunciou a candidatura de manhã, à tarde houve votação na sede do partido e à noite já deu uma conferencia de imprensa como novo Primeiro Ministro. Dois dias depois já estavam novos ministros nomeados e passavam na televisão uma entrevista ao Primeiro Ministro, na sua quinta, onde ele mostrava os seus dotes culinários. Poucos minutos depois víamos o PM cessante a colocar a sua prancha de surf no tejadilho do carro e partir para férias.
Seria possível um programa de televisão com Passos Coelho a cozinhar no seu apartamento de Massamá seguido de uma imagem de Socrates, prancha de surf debaixo do braço, a trocar Paris pela praia de Carcavelos?
O desporto nacional aqui é o rugby, mas também jogam criquet e uma espécie de rugby, a que chamam football, a Aussie League que é jogado com uma bola de rugby mas agarram-na à mão e chutam. Os golos são entre altos postes, como os do bugby. Ligam pouco ao nosso futebol, ao ponto de num programa televisivo do tipo casamenteiro apresentarem um dos concorrentes especificando que era jogador profissional de soccer. Como se referíssemos em Portugal: “este concorrente chama-se Ronaldo e é jogador profissional de futebol”.
Para além disto há corridas de cavalos, de carros, golf, etc.

1 comentário:

  1. Já andava com saudades destas suas aventuras.Boa sorte para esta "perna". Abraço

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