16 de junho de 2018

Salvador

Em Salvador fiquei em casa de um amigo de família que foi considerada museu, pelas muitas obras de arte que tem expostas. Para além disso fica no fantástico centro histórico de Salvador, que tem um carisma único. Vários brasileiros me perguntavam se aquela zona fazia lembrar Portugal mas não. As casas são muitas delas do tempo colonial assim como as várias igrejas mas são pintadas em várias cores, que embora suaves lhes dão uma alegria muito típica do povo brasileiro. E depois há a costela musical dos brasileiros. Eles têm que estar sempre a ouvir música o que por vezes é incómodo, para quem não aprecia o mesmo tipo de acordes. Por outro lado dão aos locais ambientes únicos. Aqui, ao andar pelas ruas desta parte da cidade, ouvia várias pessoas a tocarem viola em casa e cantarem, até porque o clima ameno faz com que as janelas estejam habitualmente abertas. E, pelas ruas, bandas de miúdos e graúdos não perdem uma oportunidade para improvisarem concertos de batuques.
No dia seguinte à minha chegada fui dar uma volta por este centro histórico. Passeei pelas ruas, visitei a fantástica Igreja de S. Francisco e passei quase duas horas no sensacional Museu do Carnaval, acabado de inaugurar e que expõe não só muitos filmes sobre a história do Carnaval na Bahia, que dizem ser onde nasceram aqueles festejos, como máscaras e fatos  extraordinários. No final propõem-nos acompanhar em batuques músicas típicas, uma espécie de Karaoke instrumental. Divertido.
Almocei no excelente restaurante do Hotel Villa Bahia no Largo do Cruzeiro de S. Francisco, a praça principal desta zona da cidade.
Quando, no dia seguinte, me preparava para arrancar a caminho da Chapada Diamantina, 400 Km para o interior, a moto simplesmente não ligou. Pensei que fosse da chuva que teria isolado a ignição e fui pedir um secador de cabelo emprestado a uma vizinha que conhecera no dia anterior, mas o tratamento não surtiu efeito e como electricidade não é a minha especialidade não me restou senão chamar um mecânico que percebesse do assunto. Quando ainda estava a verificar fusíveis e bateria um vizinho motard veio ver o que se passava e ofereceu-se para ligar a um mecânico que disse ser muito competente. Fomos buscá-lo no carro dele e passada meia hora estávamos os três de volta da moto, debaixo de chuva, com um plástico sobre nós e a moto, a proteger-nos.
Não conseguimos resolver ali o problema mas o mecânico verificou que, sem o fusível dos faróis a moto pegava de maneira que o segui até à oficina onde passei o resto do dia, até encontrarmos o problema que era um fio da ignição em que a soldadura se tinha partido.

Na manhã seguinte parti finalmente a caminho da Chapada Diamantina, com gasolina na moto suficiente para percorrer cerca de 200 Km, na esperança de encontrar algum posto ainda com gasolina, numa altura em que a maioria já não tinha gota, devido à greve dos camionistas, provocada pelo preço do combustível.


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