29 de junho de 2018

Brasilia

Gostei muito de conhecer Brasilia. Parece que estamos numa cidade que pertence a outro país. A capital do Brasil não destoava como uma grande cidade de província nos Estados Unidos.
Com três milhões de habitantes tem um quarto da população de S. Paulo. 
As avenidas são largas, com muitos espaços verdes. Há um grande lago, navegável em pequenos barcos de recreio, junto ao qual estava instalado. Tudo parece bem planeado e organizado. Enfim, nada da bagunça a que estamos habituados no resto do país.
As próprias pessoas são diferentes. Parecem “robots” e temos a sensação que todos são deputados, completamente alheados do que se passa no resto do país, aquele país estranho de que parecem não querer fazer parte.
Depois a cidade tem as extraordinárias obras do arquitecto Niemeyer a quem se deve, junto com o Presidente Kubitcheck a sua edificação, há menos de sessenta anos, num local inóspito. Uma cidade nascida para ser nada mais nada menos que a capital do maior país da America Latina.
Visitei, primeiro a moderna Catedral, que estava de portas fechadas, e depois o Parlamento, com direito a visita guiada. Ali sente-se o poder no ar, um poder que parece ser exercido como se o país fosse idêntico àquele nicho. Deputados que circulam como uma espécie de zombies a vaguearem em planeta desconhecido. É muito estranho o ambiente daquela cidade. E, contudo, é magnifica com aquele grande lago, as avenidas largas e os espaços verdes.
De Brasilia “desci” para S. Paulo por auto estrada. São pouco mais de 1000 Km que fiz em dois dias, parando para dormir em Uberlandia, uma típica cidade de província.
Gostei muito do Brasil, de que só conhecia o Sul e as cidades de S. Paulo e Rio de Janeiro. Por ser quase todo plano não se pode considerar um bom país para andar de moto mas a natureza nas zonas mais remotas é extraordinária e dá-nos a ideia do muito que este país ainda tem por explorar. Atravessando-o de Norte a Sul e de Este a Oeste fiquei a conhecê-lo melhor que a grande maioria da população, este país que é quase do tamanho dos Estados Unidos.
É um país rico, com minerais, diamantes, petróleo e possibilidades agrícolas que parecem inesgotáveis mas tem sido governado de forma desastrosa, com graves problemas na educação, saúde e infraestructuras, que produziram enormes diferenças sociais, provocando grande instabilidade a nível de segurança. A droga é a principal responsável por uma criminalidade crescente que os políticos têm combatido com violência, pensando que a podem controlar sem uma verdadeira revolução ao nível da educação e organização social.


A próxima e ultima etapa desta minha viagem será através de Africa, que pretendo percorrer de Sul a Norte com partida da Cidade do Cabo em finais de Setembro. 


5 comentários:

  1. Grande Francisco, parabéns por mais esta etapa concluída e obrigado pelas magníficas crónicas e fotografias que nos permitem viajar um pouco por esses locais recônditos. Bom Verão e boa sorte em África. Cá o esperamos!

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  2. Cristiano Ferreira05 julho, 2018 08:33

    Pois cá estaremos em Setembro para o acompanhar. Boas férias

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  3. Para quando o recomeço? Já faz falta.
    Ana

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  4. Estamos aguardar os relatos da etapa Africana, Boa sorte.

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