26 de junho de 2018

Chapada dos Veadeiros

Quando deixei São Domingos avisaram-me que teria cerca de 60 Km de estrada de terra em mau estado pela frente. Estava até em pior estado do que imaginei e, estando deserta e com algumas partes de areia mole tive medo de cair e ficar ali desterrado à espera que passasse alguém.
Felizmente correu bem e quando finalmente encontrei alcatrão foi um enorme alívio.
Cheguei à Chapada dos Veadeiros pelas duas da tarde e procurei a Fazenda de um amigo do filho do meu amigo Eduardo Azevedo, onde tinha marcado estadia. Era no meio do mato e, para lá chegar tive que percorrer uns 100 metros dentro do leito de um rio onde a água chegava a meio da moto. Durante os dois dias que lá fiquei tive que atravessar o rio com a moto seis vezes e, de cada vez pensava: se caio aqui a água entra para o motor e acaba-se a viagem.
Quando cheguei o Ricky tinha saído a passear clientes por algumas das quedas de água da Chapada de maneira que descarreguei a bagagem e fui à cidade almoçar. A meio da tarde, quando voltei, já o grupo regressara. Jantámos e ficámos à conversa junto a uma fogueira que acenderam cá fora que aqui, durante a noite, faz frio.
No dia seguinte já só estava eu e o Ricky pois a mulher dele partira para Brasilia em trabalho e os clientes saíram cedo de maneira que ele propôs fazermos um passeio de bicicleta até à mais espectacular das cachoeiras, como eles chamam às cascatas. Quando estávamos prontos para sair chegou um amigo, também de bicicleta, que nos acompanhou num trajecto difícil de oito quilómetros quase sempre a subir, por um carreiro muito esburacado. Para quem como eu, já não está habituado há muito a tiradas de bicicleta, foi duro. A paisagem, no entanto, compensou e tomámos fantásticos banhos naquela lagoa formada junto à queda de água. O regresso, a descer, foi bastante mais fácil.
Ao fim da tarde fomos jantar à cidade na moto porque a mulher do Ricky tinha levado o único carro do casal. Seguiu-se musica ao vivo num bar local e acabei por regressar já perto da meia noite, sozinho pois o Ricky ficou por lá noite fora.
Hesitei em percorrer o leito do rio, de noite, já com três cervejas no bucho mas, felizmente, atrevi-me e correu bem.
Na manhã seguinte parti para Brasília.

A estrada que vem do Norte para Brasília tem pouco movimento e, por isso, cheguei rapidamente à capital. Pelo caminho parei para almoçar e aproveitei para marcar um local onde ficar. Encontrei quarto numa casa particular que tinha a vantagem de uma situação fantástica, em cima do lago da cidade.



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