11 de junho de 2018

Recife

Dez minutos depois do estoiro estava nas instalações do Tácio. Não era a casa dele mas um local onde ele montou um museu, com oficina, para as suas motos. Ali tem também um apartamento onde recolhe motociclistas em viagem e onde fiquei essa noite.
O mecânico dele tratou de me substituir a manete por uma suplente que eu trazia e soldou o plástico de protecção com um ferro de soldar.
Depois da moto reparada partimos de carro ao encontro de amigos dele num bar de “motards” local onde nos juntámos ao grupo de uma meia dúzia numa prova de cervejas que havia nesse dia.  
Pelas onze da noite o Tácio deixou-me de volta no apartamento do museu e despedimo-nos pois no dia seguinte ele viajaria para Natal e eu seguiria para Sul.
Perguntei ao Tacio se havia por ali por Recife uma boa praia onde pudesse dar um mergulho de manhã mas ele disse-me que naquela zona é impossível tomar banhos de mar pois tem havido vários ataques de tubarão, mesmo com o nível de água pelo joelho. O ultimo foi há menos de um mês, contou-me ele. O homem perdeu um braço e uma perna mas, ao contrário de outros, sobreviveu. 
- Esta zona de cerca de 30 Km de praia tem o triste recorde de ser a zona do globo onde há mais ataques de tubarão. Se for 40 Km para Sul, até Porto de Galinhas já não tem problema.
Foi por isso o que fiz quando deixei Recife na manhã seguinte.
Instalei-me numa pousada no centro de Porto de Galinhas, peguei no livro que estava a ler e fui almoçar junto à praia e dar um mergulho, não sem antes atolar a moto na areia de uma passagem na parte de trás da praia onde andam “Buggies”. Felizmente um simpático casal de miúdos ajudou-me no desatolanço. 
Porto de Galinhas já deve ter sido fantástico, há uns anos atrás, mas agora está cheio de povo e pouco atractivo.
No bar em que tinha estado com o Tácio em Recife um dos seus amigos, o Armando, convidou-me para passar o fim de semana seguinte em sua casa de praia, na Barra do Sirinhaém. Por isso, no dia seguinte fiquei de manhã a escrever e mandar mails pela piscina do Hotel e, pelas três da tarde, parti almoçar no centro e segui depois para a Barra do Sirinhaém a uns 40 Km de ali.
A casa do Armando é enorme e em cima da praia. A sua família vem para aquela zona há três gerações e ocupam a maioria das duas dezenas de boas casas que ali há. A cerca de meia milha da costa existe uma ilha com uma praia fantástica e, para Sul, a dez minutos de lancha a motor, está o que parece o estuário de um rio mas que não são mais que grandes braços de mar que entram terra dentro, formando várias praias. 

Passei dois dias fantásticos ali, muito bem recebido e em que fomos com a família do Armando e amigos no primeiro dia para a ilha e no dia seguinte para este local com os braços de mar. Em ambos os sítios ficámos à conversa dentro de água durante umas quatro horas, com o barco a servir de bar e uma mesa flutuante com petiscos e sopa quente de mesa de restaurante. De filme.

Sem comentários:

Enviar um comentário