
Alguns aceleravam as motos a fundo à porta e faziam-nas dar estoiros com cortes de ignição. Um pandemónio infernal. Bebemos uma imperial e o Armando fugiu aos primeiros acordes da banda rock, com a desculpa que tinha uns amigos em casa para almoçar, enquanto eu “ataquei” o boi logo que ficou pronto, que por acaso estava fantástico, e parti para a próxima etapa, mais uma vez Pantanal dentro. Fui nessa tarde até Poconé, uma vila a cerca de 100 Km de Cuiabá. Já perto parei num bar de estrada, uma barraca na floresta com uma mesa de bilhar ao ar livre onde dois vaqueiros, um velho de chapéu à “cowboy” e um novo de boné apostavam umas poucas cervejas, já bem “aviados”. Pedi para me sentar na mesa deles, por ser a única da rudimentar esplanada, com a família do proprietário a ocupar uma grande nas traseiras da barraca. Eram simpáticos os vaqueiros.
- Aqui também há fazendas com mais 50.000 hectares, perguntei?

Os brasileiros da província têm todos a ideia que os ricos do país são os políticos, que vêm sempre como bandidos que roubam o dinheiro do povo.
Quando cheguei a Poconé procurei um Hotel onde deixar as malas e parti visitar Porto Cercado. A rapariga da recepção, impressionada com a minha pronúncia brasileira, que utilizo para que me percebam, dizia:
- Mas como é que o senhor, sendo lá de Portugal, fala tão bem português?
- Tenho práticádo, né?
Porto Cercado é um pequeno porto de rio para onde os habitantes de Cuiabá levam pequenas embarcações com que partem pescar no abundante rio Cuiabá.
Estava lá atracado um enorme barco que fazia confusão pudesse navegar em relativamente estreito e certamente pouco fundo rio. O comandante, que me convidou a bordo, explicou que fazem principalmente pescarias de meia dúzia de dias com grupos de duas a três dezenas de pessoas e que o barco, construído para navegar em rios, só cala 1,10 metros.

Sem comentários:
Enviar um comentário