
Mas antes passamos por impressionantes plantações de soja e algodão, em fazendas que se estendem por dezenas de quilómetros. Agora é altura da colheita de soja e, na mesma terra passam a plantar algodão ou milho, fazendo render aqueles férteis milhares de hectares de campo.
Os camiões carregam a soja e milho e levam-no ou para Cuiabá, para ser distribuído pelo Sul do país, ou para os portos do Amazonas e afluentes, de onde o cereal segue em balsas rio abaixo até à cidade de Santarém para, carregado em navios, ser exportado.

Fui passando por este inferno graças aos pneus de tacos que montei em Cuiabá, a mostrarem-se muito eficientes, mas as enormes vibrações na moto provocadas pelo mau piso abriram rachas nas malas de alumínio, já muito castigadas pelos desastres na Índia.

Não costumo sair cedo de manhã. Embora o pequeno almoço nestes hotéis de província seja só servido entre as 6 e as 8,30 da manhã, acabo por deixar os hotéis só entre as 9,30 e as 10,30, a tratar de mails e escrita.
Nestas estradas, com zonas em que não circulo a mais de 50 Km/h, já com a sensação que a moto se vai desfazer, acabo por percorrer só cerca de 300 Km por dia.
No penúltimo dia antes de chegar ao Amazonas fiquei em Novo Progresso, uma pequena vila com apenas dois hotéis. O primeiro que visitei não tinha electricidade há dias de maneira que fiquei no outro, num quarto onde a cama de casal ocupava quase a divisão toda. Quando, na manhã seguinte, quis pagar a conta com cartão de crédito, que normalmente funciona em todas as estações de serviço e hotéis, o homem disse-me que a máquina não funcionava mas não haveria problema porque iríamos pagar a conta do Hotel no supermercado do outro lado da rua onde o gerente, não percebi se por sinceridade ou por não querer continuar com o sistema, disse que a dele também estava sem rede.
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