
- A internet não está cheia, explicou-me o homem quando o rapaz mais novo e que ele anunciou como especialista, não conseguiu fazer funcionar a máquina de cartões de crédito, apesar de a segurar, com a mão esticada ao alto, na procura de mais proximidade ao suposto satélite milagroso.
- Espere um pouco enquanto enche.
- Está bem. Vou dar um passeio pela praia enquanto enche.
Voltei dez minutos depois e o miúdo fez nova tentativa, desta vez em bicos dos pés e fora do telhado de colmo. Como que por milagre a máquina cuspiu o papel que comprovava a transacção.
- Está vendo? Já encheu.
- Fantástico, respondi, mais incrédulo que o homem.

Parámos num pequeno restaurante onde também se pode chegar por terra. Uma miúda loira de cinco anos andava de baloiço sob o olhar de uma mãe norueguesa.
- Como veio parar ao Amazonas?
- O pai dela é brasileiro?
- Não, é mexicano mas separámos-nos. Ela não o conheceu.
Voltei a Alter do Chão e à moto para regressar a Santarém. Nessa mesma noite sairia um barco que descia o Amazonas e me levaria até Belém, onde chegava três dias depois.
Fui primeiro comprar o bilhete e negociar o transporte da moto para depois regressar à cidade tentar comprar um colchão onde pudesse dormir durante a viagem, pois os restantes passageiros estendem redes próprias no convés mas, na noite em que tinha passado pela experiência, na viagem de Itaituba para Santarém, dormira mal.
Encontrei um colchão de encher que, com a bomba manual própria me custou o equivalente a 30 euros e soube-se a cama de Hotel de cinco estrelas durante a viagem de três dias.
Tinham-me pedido para embarcar a moto só às oito da noite e por isso aproveitei para ainda jantar na cidade.
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