Calcutá é uma
cidade com 12 milhões de habitantes que no tempo do Império Britânico foi
capital da Índia. Tem um movimento louco, como seria de esperar, com um grave
problema de poluição, que sentimos ao andarmos pela rua, mesmo se tem uma importante
área de jardins e espaços verdes que ajudam a desagravar a situação
Uma das causas é
o facto de os táxis, que representam cerca de 25% da circulação automóvel, serem
todos Austin Ambassador, um modelo dos anos 50 que continuou a ser fabricado aqui,
com um motor diesel de 1500 c.c. que obviamente não tem qualquer espécie de
catalisador. Como curiosidade refira-se que o programa Top Gear o classificou
como “best taxi in the world”
Outro ponto
interessante é que embora o carro tenha uma tecnologia muito ultrapassada com
muitos deles ainda sem direção assistida, os taxistas aqui aplicam-lhes um
sistema manual de “stop and go” ou seja, de cada vez que param num sinal, para
pouparem gasóleo, desligam o carro e voltam a dar à chave quando o sinal muda
para verde. Ainda bem que o fazem pois na prática, ao final do dia, é
certamente uma quantidade significativamente inferior de CO2 que é lançada para
a atmosfera. De qualquer forma a partir de 2011 foi proibido serem vendidos
para taxi, embora continuem a ser fabricados para particulares. Só que duram
tanto que, mesmo os vendidos nos anos 50 ainda circulam, e não vemos outro tipo
de táxis nas ruas senão estes.
Depois de três
noites no “Swimming Club”, embora bem instalado, disse ao cônsul que queria
mudar para um Hotel por ali não haver internet. Ele sugeriu que mudasse para
outro clube, onde estava programada a apresentação da minha viagem à imprensa.
Mudei-me então para o “The Bengal Club”, um clube chiquíssimo, fundado pelos
ingleses em 1824 e que só tem sócios indianos desde a independência. Estou
instalado numa enorme “suite” e as únicas desvantagens são que a estadia custa
o dobro do “Swimming Club” e não se pode ir ao restaurante ou bar de jeans o
que me parece bem mas me causa um certo problema pois só vim equipado com três
pares de jeans e umas únicas calças brancas que estavam mais perto do preto. O
que vale é que como tenho direito a um criado particular pedi-lhe que tratasse
de me mandar lavar roupa e engraxar o único par de sapatos, para ficar em
estado de me apresentar no excelente restaurante do clube.
Entretanto tive
que tratar do visto para o Bangladesh a aproveitei também para fazer turismo.
Fui visitar o Victoria Memorial, um monumento emblemático da cidade, construído
pelos ingleses no início do século passado em memória da sua Rainha Victoria,
que morreu em 1901 e St. Paul’s Cathedral.
Fiquei mais
impressionado com a extraordinária coleção de obras de arte na casa de um
antigo Raja, ainda pertencente à família. Com as paredes interiores em mau
estado e um pátio central que já terá sido exuberante mas agora tem uma rede a
tapar a entrada de pássaros e, no claustro, gaiolas sujas e com mau aspecto que
albergam diversas espécie de pássaros e papagaios, a fantástica casa tem
estátuas gregas de valor superior às de muitos museus, enormes potes da China e
uma coleção de pinturas que inclui um Rubens de três metros por dois. Tudo isto
em salões com chão em fantástico mármore
italiano e candelabros fenomenais em cristal.
A apresentação à
imprensa que o cônsul organizou no clube correu lindamente e para além da
imprensa local apareceram também os presidentes de diversos clubes automóveis e vários elementos do clube Harley Davidson.
As motos americanas começaram a ser vendidas na Índia em 2010 e têm feito
enorme sucesso, embora ainda não tenha visto nenhuma a circular nem veja como é
possível andar de Harley fora das cidades.
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