27 de dezembro de 2015

Surfers Paradise



A Australia, sendo um dos países mais ricos do mundo, não tem praticamente autoestradas. São quase tudo estradas nacionais, bem alcatroadas, mas só com uma faixa em cada sentido. A exceção é a entrada e saída das grandes cidades onde há autoestradas com umas dezenas de quilómetros ou, mais provavelmente, uma via rápida com duas faixas em cada sentido e separador central mas que, por vezes, atravessa vilas e tem vários locais para se fazer inversão de marcha. No fundo percebe-se a solução adoptada porque não lhes faz muita falta autoestradas por haver relativamente pouco transito, quando comparado com a Europa ou Ásia. A única vez que apanhei um engarrafamento foi numa destas autoestradas, à entrada de Brisbane. Tinha havido um desastre e formou-se uma fila de uns bons 15 Km, parada. Comecei a passar pela berma alcatroada e via várias motos na fila atrás de carros até que um deles veio atrás de mim e, às tantas, já éramos quatro. No fim fizeram-me sinal a aprovar a solução “portuguesa”.
Como eles normalmente não têm filas ficam sossegados atrás dos carros.
Decidi não parar em Brisbane porque já lá tinha estado dois dias quando fui às Ilhas Fiji e desci mais um pouco até Surfers Paradise.
O casal meu amigo das “Chopper” tinha-me dito que o melhor era nem parar naquela zona que era “horrível, só prédios”.
Quando lá cheguei percebi a ideia deles mas ainda bem que lá fiquei. O local é mágico. Realmente tem prédios porque tem mais gente e movimento que as outras regiões de praia mas a natureza é fantástica, com praias fabulosas, ondas ideais para surf e muitas árvores nas ruas, muitas delas do tipo dos pinheiros escandinavos, canteiros bem arranjados e tudo com bom aspecto e limpo.
Instalei-me num Parque de Campismo a condizer, onde me cobraram o equivalente a 35 euros para poder montar a “barraca”.
Acordei, às seis e meia da manhã, debaixo de chuva de maneira que fiquei a ler na tenda por mais uma hora. Ás sete  e meia fui ao escritório cravar mais um pin de internet e instalei-me na “camp kitchen”. Tomei o pequeno almoço, um duche e saí por volta das dez, a minha hora habitual.
Fui percorrendo a costa, calmamente, a tirar fotografias aqui e ali. O tempo estava cinzento mas surfistas não faltavam pelas praias, com os mais batidos a instalarem-se junto a zonas com rochas, onde as ondas eram melhores.
Encontrei uma miúda gira na rua, acabada de sair de dentro de água com ar triste porque tinha acabado de partir a parte de trás da prancha contra uma rocha. Pedi-lhe para tirar uma fotografia junto à moto. Era francesa mas falava português porque tinha estado a viver em Portugal com os pais durante três anos, pois o pai é oficial da Nato. Tinha comprado uma carrinha velha e estava há três meses a passear pela Australia.
-       “Agora vou ter que trabalhar porque estou a ficar sem dinheiro”.
Fui andando costa abaixo até parar numa pequena vila, Evans Head, com um parque de Campismo fantástico, junto a um rio. Instalei-me por lá, com vista sobre o rio.

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