Em St. Louis fui ainda visitar um pequeno museu de motos, junto ao stand do
concessionário local da Triumph e Ducati, e o Art Museum, no Forest Park, o segundo
maior parque de cidade nos Estados Unidos, a seguir ao Central Park.
O Art Museum é alimentado financeiramente por doadores que preenchem um
quadro à entrada que refere os nomes de quem deu entre 100.000 e 250.000 dólares
ou quem contribuiu, entre privados e firmas locais, de 250 a 500.000 ou entre
500.000 e um milhão de dólares. Uma solução tipicamente americana que não
“encaixaria” em qualquer outro país no mundo.
Estas fenomenais ofertas permitem que o museu tenha obras não só de grandes
artistas americanos como quadros de Picasso, Van Gogh, Monet, etc.
Por fim visitei o sensacional City Museum. O fundador, que morreu ao
capotar um Caterpilar quando trabalhava numa das suas obras, projetou uma
estrutura que parece saída de um filme do Harry Potter, com um autocarro de
escola que dá a ideia de estar em equilíbrio no topo do prédio de sete andares,
velhos aviões pendurados por ferros junto a torres de castelos em pedra ou
guaritas de palácios metálicas, tudo ligado por estreitos túneis construídos em
grossos arames que as crianças se entretêm a percorrer ou enormes escorregas em
chapa que descem no interior ou exterior de uns andares para os outros, bares
extravagantes, estátuas de dragões e animais imaginários, tudo com uma
criatividade original e genial. Fui lá num domingo à tarde e o museu estava
cheio de famílias com muitas crianças a divertirem-se de uma forma que faziam
lembrar crianças das gerações em que nos pendurávamos nas árvores e descíamos
as ruas de carrinhos de rolamentos. Numa altura em que os miúdos se habituaram
a ficar fechados em casa agarrados aos computadores, é refrescante verificar
que ainda é possível entretê-los com outras coisas.
Em St. Louis fui ainda com os Gunther, familia em casa de quem fiquei,
assistir a um concerto de um fantástico guitarrista russo no Sherton, uma
“velha” sala de espetáculos relativamente pequena e intimista.
Depois de quatro dias bem passados em St. Louis fiz-me à estrada a caminho
de Chicago. O tempo arrefeceu bastante e parece que o inverno veio para ficar.
Na estrada estão entre 5 e 6º e não se vê mais nenhuma moto a circular. Quando
paro nas bombas de gasolina ou pequenos restaurantes de “fast food” para
almoçar as pessoas olham para mim como se de um extra terrestre se tratasse e
perguntam-me se o blusão tem aquecimento eléctrico ou se a moto tem pneus de
neve. Como só saí perto do meio dia não cheguei a Chicago e fiquei num Motel de
beira de estrada para atingir a cidade na tarde do dia seguinte. Pelo caminho,
sempre que pude, fiz desvios pela “Historic 66” que acabava, ou começava,
precisamente em Chicago. A cidade, junto ao enorme lago Michigan, ganhou grande
projeção quando St. Louis recusou a passagem da linha férrea, no início do século
XX, por temerem trouxesse gente má à cidade, e esta fez o seu trajeto para a
costa ocidental através de Chicago.
Cheguei a meio da tarde. A menina da recepção disse-me que, para estacionar
a moto, só na garagem do Hotel ao lado.
- Quanto custa?
- Uns 40 dólares.
- O quê??? Nem pensar. E na rua?
- Terá que colocar moedas a cada duas horas até à meia noite e a partir das
sete da manhã.
- Também não me parece. Vou deixá-la em cima do passeio.
- Em cima do passeio??? É proibido. Acho que a vão rebocar.
- Com o cadeado na roda é complicado. E lá estacionei a moto no passeio,
com um ar bem arrumado e imenso espaço para os peões.
O porteiro preto, rapaz dos seus trinta anos, achou graça e quando me
trazia as malas para o quarto disse a rir-se:
- I like you, man. You’re cool.
À "Boss" mesmo. E correu bem? Não chegou lá de manhã e reparou no espaço vazio?
ResponderEliminarAna
Não. Lol. Os policias devem ter achado que dava tanto trabalho rebocá-la que nem multa passaram. Ou não sabiam como preencher a multa. Aqui não há motos ou carros com matricula estrangeira.
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ResponderEliminarCá para mim e depois dos seus episódios com a polícia está com a fé de imunidade! ;) ...mas garagem a 40 dolares devia ser mais cara que o seu quarto!
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