Estou há uma
semana em Dhaka, não só a tentar obter autorização para a moto entrar no
Bangladesh como visto para Myanmar, tarefas quase impossíveis mas que espero
conseguir resolver brevemente.
Têm eleições
dentro de pouco mais de um mês e a tenção política é grande. O governo do país
tem rodado, tal como em Portugal, entre dois partidos, aqui chefiados por duas mulheres.
A atual Primeiro Ministro é filha de Mujibur Rahman o primeiro governante e
fundador da nação, enquanto a líder da oposição, Khaleda Zia, é mulher do segundo
presidente eleito, ambos assassinados.
O partido da
oposição, por chegar à conclusão que tinha poucas hipóteses de ganhar, decidiu
boicotar as eleições se o governo não remodelasse significativamente o atual
elenco e para mostrarem que falavam a sério decretaram, a semana passada, três
dias de greve geral em que todo e qualquer veículo era proibido de circular nas
estradas.
Eles aqui não
estão com meias medidas e alguns dos que foram apanhados a circular
pegaram-lhes fogo com condutores e passageiros lá dentro. Resultado: 70 feridos
e mais de vinte mortos.
A Primeiro
Ministro veio ontem acusar a sua rival de assassina e disse que um dia seria
julgada por essas mortes. O clima aqueceu e para a semana prevêem-se mais uns
dias de greve durante os quais acho preferível deixar a moto parada. Vamos ver
o que isto dá.
Entretanto em
Dhaka continuo com reuniões quase diárias, com vários elementos governamentais,
para tentar que me deixem atravessar o país com a moto, no intervalo das
greves.
Ontem estava a
ver o caso mal parado porque o Cônsul me deu a entender que ele próprio estava
com medo que eu me fizesse à estrada e lhe causasse problemas mas hoje de manhã
convenci-o a voltar a pegar no assunto e amanhã regresso com um dos seus homens
a uma espécie de Ministério da Economia a que chamam National Board of Revenue
e que parece ser onde se tomam todas as decisões envolvendo dinheiros públicos neste
país.
A alternativa que
se apresenta a atravessar o Bangladesh não só me obriga a fazer mais 1000 Km
pelas terríveis estradas do Norte da India como a circular muitos mais
quilómetros numa zona oriental da Índia que em parte é controlada por rebeldes
que pretendem a independência dessa região e onde tem havido muitos conflitos.
E como aqui
Sábado é o dia de folga hoje fui passear pela cidade, que Domingo trabalha-se.
Visitei a parte antiga, que não tem muita graça para além do movimento das ruas
com velhas lojas de tudo quanto há e “rickshaws” a pedal a entupirem o transito
no meio de homens com cestos cheios de galinhas vivas ou uma vaca a ser
transportada muito incomodamente numa pequena carrinha de caixa aberta. Enfim,
de tudo um pouco.
Finalmente o mais
interessante é a fantástica coleção de fotografias e copias de capas de jornais
ampliadas que contam a história da conquista da independência, em 1971, depois
da chacina a que foram sujeitos pelo Paquistão e que só acabou quando a Índia
veio em seu auxilio depois de muita pressão internacional que incluiu um
concerto organizado pelo George Harrison.
Meu Caro, sorte para si. Quanto ao que ver, que comer e onde dormir TripAdvisor p'ra frente.
ResponderEliminar1. http://www.tripadvisor.com/Tourism-g293936-Dhaka_City_Dhaka_Division-Vacations.html
2. http://www.tripadvisor.com.br/Restaurants-g667479-Dhaka_Division.html
Para outras cidades/localidades basta alterar a busca em cima.
João Almeida
Lisboa
Cuidado, não invente e obedeça às regras do país em greve. Boa sorte a obter a autorização. Ana
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