Bangkok 2
Já estava com saudades de pegar na moto e partir, rumo ao
desconhecido, sem horário ou calendário. Em Maio tinha deixado a “Cross Tourer”
em Bangkok, em casa de um casal que conheci através de uma amiga comum.

Veio comigo dar a volta à Tailandia pois quando aqui entrei
em Janeiro vim do Cambodja direito a Bangkok, não chegando a conhecer o país.
Pensei que em Setembro já teria acabado a época das chuvas
mas é suposto durar mais um mês. De qualquer forma já só temos apanhado uma
chuva miuda e muito esporádica. O calor é que é quase insuportável, rondando os
37, 38º dia e noite e com muita humidade, que faz com que estejamos sempre a
suar.
Chegámos por volta do meio dia de cá, seis horas mais que em
Portugal e tratei logo de ver se a moto pegava. Tinha deixado a bateria
desligada em Janeiro e, quando a liguei agora, parecia nova. A “Cross Tourer”,
como boa Honda que é, pegou à primeira.
No dia seguinte ainda meio
“azomboado” por uma noite mal
dormida, afectado pelo “jet lag” que, quando viajo para oriente me leva uma
semana a passar, fui tratar de mudar o oleo à moto e fazer pequenas reparações
como soldar os apoios em alumínio das carenagens inferiores, que se tinham partido
com o tratamento que levou na India e Birmânia, e trocar as manetes de travão e
embraiagem, vítimas das quedas que tive junto às praias das 4000 islands no
Laos.
A Maria levou uma seca de três horas numa oficina de motos mas
depois ainda tivemos tempo para visitar um templo Budista e a casa de Jim
Thompson, um arquitecto Americano que para aqui veio viver no fim da segunda
grande Guerra, depois de ter ficado encantado com o país quando cumpriu cá
serviço militar. Em 43 a Tailandia decretou guerra à Inglaterra e Estados
Unidos. Este Americano, que se tinha divorciado sem filhos, comprou um terreno
em Bangkok, junto a um dos canais e montou várias casas típicas em madeira,
para si e empregados, que trouxe da provincia depois de as fazer desmontar. O
resultado é fantastico. Jim Thompson desapareceu misteriosamente, com 61 anos,
quando passeava numa floresta Malaia e o sobrinho herdeiro entregou a casa ao
estado como museu.

Bem vindo ao blog,boa viagem e beijinho à Maria.
ResponderEliminarAna
Obrigado, Ana. Beijinhos
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