À medida que vou andando para sul a paisagem torna-se mais seca e rasteira.
Deixa de haver árvores e passam a ser arbustros de menos de dois metros, uma
espécie de savana Africana, que aliás faz sentido pois devo estar à mesma
latitude que essa zona de Africa.
Ainda a cerca de 200 Km do posto de Three Ways, parei em Daly Waters. A
vila é famosa porque salvou o primeiro explorador a atravessar o continente de
Sul para Norte que ali encontrou água.
Tem um Pub com um ambiente fantástico. No interior coleções e
recordações várias desde centenas de notas de todo o mundo a roupa, que calculo
de cientes, que inclui cuecas e soutiens, bonés, etc. Daqueles pubs que estão
cheios de tralha. Um avião em lata pendurado na parede, peças de ferreiro, sei
lá, um mundo de material espalhado à volta do bar. É local de paragem
obrigatória para quem atravessa o país pelo centro. O dono é daquele género
simpático mas de cara séria que já não tem muita paciência para os clientes. À
porta, sentado na esplanada estava o pai, dos seus 70 anos, barrigudo e
bonacheirão, garrafa de cerveja na mão, que me falou numa pronuncia tão cerrada
que lhe pedia para repetir cada frase que dizia. Enquanto tomava o meu
“brunch”, pelo meio dia e meia, chegou uma camionete com turistas alemães. O
dono e duas miúdas despachadas lá atenderam os 30 ou quarenta clientes com o ar
de quem preferia que não tivessem aparecido.
À medida que me vou afastando de Darwin, capital do Northern Territory, o
preço da gasolina vai aumentado, provavelmente devido ao transporte para
aqueles locais recônditos e pela pouca quantidade que devem vender. Enquanto em
Darwin a gasolina de 95 custava o equivalente a 90 cêntimos, aqui para baixo já
a cheguei a pagar a 1,90 dólares (1,30 euros) o litro. A água também é um bem
escasso e começa a entrar no orçamento diário. Uma garrafa de litro e meio
custa 4 euros e, com este calor, nunca bebo menos de duas por dia.
De resto, tudo é caro aqui na Australia. Por um quarto numa barraca pré
fabricada de um parque de campismo não pedem menos de 75 euros por noite. Por
isso tenho sempre acampado. Custa entre 7 e dez euros e têm casas de banho
decentes, muitas vezes uma pequena piscina e um telheiro equipado com fogão e
frigorifico onde cozinhar.
Para dizer a verdade não conheço parques de campismo em mais nenhum país,
nem mesmo em Portugal, mas calculo que estes sejam bons.
É agora que vai passar a ser adepto de campismo. A ficar fan desta maneira ainda vai parar a Monte Gordo :))
ResponderEliminarPor cá arrefeceu. Já temos 14 à noite.
O wtcc lá terminou, para o ano tem mais?
Boa viagem.
Bjs, Ana
Ha, ha. Só que aqui os parques são atractivos e há muitos por onde escolher.
EliminarPois, eu acompanhei. Em princípio tenho. A Honda vai mas eu só sei mesmo em Janeiro. Beijinhos