15 de janeiro de 2018

Brasil





O povo brasileiro tem o mesmo espírito que os do Peru ou Colômbia, mesmo se ficamos com a ideia que, sendo um país mais rico, vivem com mais dificuldades. Mas tratam bem o turista. Aliás os portugueses ali não se sentem estrangeiros.
As estradas do Sul têm muito movimento de camiões, alguns a arrastarem-se nas subidas, provocando intermináveis filas. Fiquei no primeiro dia perto de Porto Alegre e no dia seguinte fui até Santa Catarina, a ilha onde se encontra Florianópolis.
Quando parei num pequeno restaurante de borda de estrada para almoçar reparei numa pequena 125 estacionada porque trazia sacos de viagem. Ao regressar ao estacionamento estava lá a proprietária, uma rapariga. Ficámos uns dez minutos à conversa e quando me preparava para arrancar veio ter comigo e ofereceu-me uma “dezena”, esta espécie de mini terços, que sugeriu que prendesse na moto, para me proteger. Não sei porque sendo eu um ateu as pessoas sentem esta necessidade de me ligarem à religião mas achei muito simpático da parte dela e fixei a “dezena” no cabo do acelerador. Quis tirar uma fotografia onde se visse a “dezena” que me acabara de oferecer e ela sugeriu que tirássemos outra a abraçar-me. É um povo fantástico.
Como já conhecia Florianópolis, de quando o meu filho esteve por cá a estudar, decidi não entrar na confusão da cidade e instalei-me num pequeno Hotel, junto ao mar, dois ou três quilómetros a Norte.
Tinha pouco tempo para chegar a São Paulo, onde iria deixar a moto antes de partir para Portugal passar o Natal e por isso acabei por percorrer este trajecto de 1700 Km’s no Sul do Brasil, em três dias.
Não tive tempo de ver grande coisa, por isso espero regressar em medos de Fevereiro para dar uma volta pelo país antes de embarcar a moto para a Africa do Sul.
Em S. Paulo fiquei em casa de um amigo de infância. No dia seguinte a mulher dele convenceu-me a participar numa corrida a pé, organizada no condomínio onde vivem. Acho que não corria a pé há vinte anos, quando me obrigava a fazê-lo para estar em forma para as corridas, e portanto optei pela trajecto mais curto de 3,5 Km, acabando a prova, esgotado, 34 minutos depois de partir, a discutir um lugar com um velho que deveria ter perto de oitenta anos. A Denise cruzou os primeiros 3,5 Km em 25 minutos e fez uma segunda volta em tempo idêntico para só ser batida por uma miúda de 16 anos.


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