31 de agosto de 2013


Back on the road

Finalmente estou de regresso à minha viagem de volta ao mundo.
Os últimos dias antes de partir são sempre de azáfama. Como de costume planeio  preparar as malas no dia anterior ao voo mas a tarefa acaba sempre por ser executada um par de horas antes de sair para o aeroporto. Ao deitar-me no dia anterior e quando acordo nessa manhã costumo fazer a revisão mental de tudo o que preciso de levar: o menos roupa possível, limitada a três pares de calças, meia dúzia de camisas e polos, um par de “T” shirts, duas camisolas, um blusão fininho, para não ocupar muito espaço, e cuecas e meias em quantidade. Sapatos, sem contar com as botas do fato de moto, são só os que levo nos pés e uns chinelos de borracha que entre outras coisas servem para tomar duche quando me instalo em hotéis de higiene duvidosa. Para além disso tive que fazer uma escolha de ferramenta limitada ao essencial e não me esquecer de levar o GPS da moto, iphone para fotografias, o inseparável Mac, cabos para carregamentos , o famoso “Spot” que indica a minha posição ao longo do trajeto, passaporte e documentação da moto, cartões de crédito e dólares para quando não é possível usá-los, filtros e pastilhas de travão para a revisão,  etc. Como previa acabei por quase encher as três pequenas malas de lona que virão a entrar nas de alumínio fixadas na moto.
Escolhi voar para Delhi através do Dubai por ser um bom ponto de partida e chegada para aquela zona, pois não só tem muitos voos para oriente e ocidente como a vantagem de não obrigar a vistos para os europeus.
Desta vez o voo de ligação para Delhi obrigou-me a apanhar um taxi no Dubai para o emirato vizinho de Sharajah, muito menos espampanante que o primeiro mas onde se destaca uma imponente universidade que mais parece um Palácio ou Hotel de luxo.
Chegado a Delhi fui mais uma vez aldrabado por um motorista de táxi que me cobrou cinco vezes mais do que deveria ter pago para me deslocar até casa dos embaixadores. Já não me lembrava que no aeroporto existem os “pre-paid” táxis que não estão sujeitos a estes tipos.
Vinha na expectativa de a moto pegar ou não visto que, quando a cá deixei, em Janeiro, não ter tido tempo sequer para desligar a bateria. Para meu espanto a bateria até ainda tinha alguma carga mas pegar, era mentira. Depois de a descarregar a tentar dar vida ao motor tirei-a fora para a mandar carregar e aproveitei para acrescentar dois litros de gasolina, não fosse o mal a falta de bebida. A pausa foi usada para lavar a moto e no dia seguinte, com nova carga eléctrica, mais uma tentativa mas .... nem sinal.
Como tinha planeado fazer-lhe uma primeira revisão comecei a despir a miúda.
O filtro de ar estava completamente bloqueado de sujidade e as velas, de difícil acesso, com a cerâmica queimada. Não há milagres. Foram 15.000 Km desde Portugal sem sequer ter que acrescentar 1 dl de óleo ao motor. Como não tinha trazido velas e por cá não as encontrei pedi que me enviassem um jogo de Portugal e aproveitei a espera, bem instalado em casa dos simpáticos embaixadores, para visitar Delhi.

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