Quando saí de Pereira fui visitar Salento, a poucas dezenas de quilómetros.
É uma vila típica na serra e fica perto de duas importantes “Fincas” de café, o
que nós chamaríamos roças de café.
Depois de fotografar Salento desci um pouco a serra até ao Valle de Cocora.
É um vale que tem uma floresta fantástica com densa vegetação, vários rios a
até animais selvagens como Pumas. Para além disso aqui é o único sítio no mundo
onde cresce a que eles chamam Palmeira de Cera que precisa de estar a uma
altitude especifica, entre 2500 e 2800 metros para se desenvolver, a
temperaturas que oscilem entre os 12 e os 19º durante o ano . Estas palmeiras,
estreitas e altas, levam 60 anos a atingir a sua altura máxima que chega, por
vezes, a ultrapassar os 60 metros.
Neste Valle de Cocora decidi alugar um cavalo para dar um passeio pela
floresta, acompanhado por um guia. Foi sensacional. Atravessámos rios e densa
selva por vezes pelo meio de rochas que eu não imaginava os cavalos
conseguissem passar sem se atrapalharem.
Depois do passeio voltei a Salento onde almocei num dos simpáticos
restaurantes da praça central.
Da parte da tarde fui visitar uma das roças de café, a Finca “El Ocaso”.
Quando lá cheguei, através de uma complicada estrada de terra, eram cinco da
tarde e disseram-me que a ultima visita tinha sido às quatro. Tinha começado a
chover e ficaria noite dentro de uma hora de maneira que perguntei se podia
ficar lá a dormir. Felizmente eles tinham meia dúzia de quartos que alugavam.
Naquele dia fui o único hóspede. A casa era giríssima, em madeira pintada de
encarnado e branco. Fazia um pouco lembrar as casas típicas das quintas
minhotas, com um terraço todo à volta da casa com vasos de flores no corrimão.
Os quartos ocupavam três das fachadas da casa com a outra a ser o salão/casa de
jantar junto ao qual construíram uma cozinha de apoio. Estava muito gira a casa
e tinha vista fantástica sobre o vale e parte das plantações de café. O quarto,
com casa de banho, estava muito bem arranjado, com lençóis impecavelmente
engomados e quatro boas almofadas na cama de casal.
Dormi que nem um anjo nesta roça de café. Pela manhã a encarregada
preparou-me um pequeno almoço com ovos e sumo natural e às nove fui então fazer
a visita guiada, acompanhado de um simpático casal de jovens Checos que
entretanto chegou.
Entre outras coisas aprendi que a Colômbia é hoje em dia o terceiro
produtor mundial, depois do Brasil e do Vietnam. Aqui produzem o Arábica mas
mostraram-me outro tipo de plantas de café que têm na plantação como
mostruário, entre elas uma que se chama East Timor, obviamente originária do
“nosso” Timor. Aprendi também que o Arábica dá-se melhor entre 1400 e 1500
metros de altitude, onde se situam as grandes produções. Esta roça, estando a
1700 metros produz menor quantidade de café mas de mais qualidade, sendo menos
áspero.
Pelas onze da manhã deixei a roça a caminho de Cali, a minha próxima
paragem.
Isto de trocar as 2 rodas pela tração às 4 tem muito que se lhe diga. O Francisco também vai bem sentado!
ResponderEliminarPronto, já cheguei para o acompanhar :)
ResponderEliminarBoa viagem
Bjs
Ana
Ha, ha. Estava a ver que não. Onde andou perdida?
EliminarAmanhã já sei que vai ralhar comigo.
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