18 de outubro de 2017

Pereira


Quando deixei Medellin fui visitar um local emblemático a 85 Km da cidade, Guatapé. É a maior rocha que alguma vez vi e está no topo de um monte com uma vista fabulosa para os braços de uma enorme presa de água que serpenteiam pelos campos verdes em baixo. De cortar a respiração. Não tive pedalada para subir os mais de 300 degraus que nos levam ao topo da rocha e preferi ficar a almoçar num dos restaurantes existentes na base com uma vista fabulosa sobre o lago. Parti depois em direcção a Pereira, a seguinte grande cidade a caminho do Sul. Tive que voltar a passar em Medellin e saí por outra das montanhas que rodeiam a cidade. Viajei a maior parte da tarde através de serras em estradas que são vias principais e por isso têm grande movimento de camiões. Para dificultar a situação, quando acabei de atravessar Medellin, começou a chover e não parou mais. Por volta das cinco e meia cheguei à povoação de La Pintada onde havia alguns hotéis. Bati primeiro à porta de um mais modesto mas não tinha lugar para parar a moto que teria que ficar na rua e acabei por procurar e encontrar outro melhor, com um parque de estacionamento vedado, mesmo se o restaurante era composto por um gigantesco telheiro em colmo ao ar livre. Nestes sítios de serra já não há calor à noite mas estes hotéis baratos de província não têm água quente. De manhã tomei um duche frio e arranquei debaixo de chuva. Foi aumentando de intensidade ao longo da manhã e, pelas duas da tarde, chovia torrencialmente quando, ensopado nos pés e da cintura para cima, cheguei à cidade de Pereira onde resolvi ficar, desesperado por um duche quente. Encontrei um Hotel no centro que tinha esse luxo e por lá me instalei. Depois do duche fui almoçar um excelente bife num restaurante que me indicaram, num primeiro andar com vista sobre a movimentada praça principal. Muito giro.
Depois do almoço, fui estacionar a moto num parque mais barato do que aquele onde estava junto ao Hotel e dei um passeio pela cidade. Pelo caminho comprei um guarda chuva por dois euros e um secador de cabelo, para secar botas, capacete e luvas, por seis. Trabalhou umas horas, com os devidos intervalos para arrefecimento, mas quando estava ao computador senti um cheiro a plástico queimado e ao virar-me deparei com chamas a saírem de dentro de uma bota. O secador tinha pegado fogo, felizmente sem mais estragos que no próprio secador, que acabou a sua curta vida no caixote de lixo.

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