Quando, no final do ano passado, cheguei ao Brasil, tinha pouco tempo para apanhar o avião de volta a Portugal. Assim, depois de atravessar a fronteira do Uruguai para o Sul do país, viajei até S. Paulo em três dias sem visitar nada pelo caminho.
Já conhecia a região, de Angra dos Reis a Florianópolis, passando por S. Paulo e Rio de Janeiro ou as fantásticas cataratas do Iguaçu, de maneira que neste início de ano decidi regressar ao Brasil para, a partir de S. Paulo, onde tinha deixado a moto, partir a visitar o Pantanal, a Ocidente, junto à fronteira com a Bolivia e Paraguai, para depois rumar a Norte, ao Amazonas e suas florestas e descer finalmente a costa Este, desde o Norte até ao Rio de Janeiro, por onde nunca tinha andado.
Aterrei em S. Paulo ao fim do dia e, na manhã seguinte, fui recolher a moto ao concessionário onde a tinha deixado em Dezembro, aproveitando para lá mudar oleo de motor e filtro.
Depois, em casa do meu amigo Eduardo, onde estava instalado, tratei de substituir velas e filtro de ar que, mais uma vez, estava muito sujo.
Ver um noticiário na televisão brasileira é como assistir a um filme de acção com policias e ladrões mas onde a realidade parece ultrapassar em muito a ficção. Certamente uma fonte de inspiração inesgotável para realizadores de Hollywood mais extremistas. São noticiários que fazem parecer a nossa CmTV um canal infantil.
A noticia deste dia referia-se a um ajuste de contas em que a dois empresários lhes foi oferecida boleia num helicóptero para regressarem do interior a S. Paulo. Pelo caminho o piloto simulou uma avaria e aterrou numa aldeia de índios no meio do mato onde os esperavam para os assassinarem. A policia procurava agora, nos melhores condomínios de S. Paulo, onde muitos dos proprietários têm os helicópteros estacionados na relva, pelo aparelho envolvido no crime mas diziam desconfiar que teria vindo da Argentina, regressando depois ao país de origem.
Outras histórias incluem um grupo de assaltantes no Rio que se vestem de policias e utilizam um jipe replica dos carros da policia, tendo a entrada nos prédios facilitada.
Mas também há histórias com um final feliz como a da mulher grávida que, nos tumultos do Rio, foi atingida por uma bala perdida que lhe atravessou a barriga e se alojou no corpo do bébé. Transportada de urgência para o hospital fizeram nascer a criança, salvando mãe e filho.
Enfim, tudo parece uma novela mas sem a parte do amor.
Com a moto revista arranquei então a caminho do Pantanal, debaixo de um sol lindo e temperatura próxima dos 30º, num trajecto de mais de mil quilómetros.
Tinha previsto ir direito a Campo Grande, a principal cidade ao Sul do Pantanal e de onde partem excursões até ao enorme pântano mas recomendaram-me passar em Bonito, uma pequena cidade de província já junto ao Pantanal.
Cheguei a Bonito dois dias depois de deixar S. Paulo e não fiquei encantado com a quantidade de agencias a venderem passeios a cascatas e lagoas. Muito turístico para o meu gosto. Para mais chovia, o que tinha levado ao encerramento de muitos dos programas de visita às lagoas e rios. Decidi por isso seguir até Mendonça, cidade sem turistas já em território do Pantanal.
O clima alterava ao longo do dia, com chuvadas fortes seguidas de sol e a temperatura raramente a baixar dos 28º.
Viva. Te acompanho a 3 anos e já estava com saudades de suas viagens. Bom roteiro, este pelo centro do Brasil, vais conhecer um Brasil que nós brasileiros pouco conhece.
ResponderEliminarObrigado. Também fiquei com essa ideia. Abraço
EliminarFantástico Francisco! Já sentia falta destes relatos.
ResponderEliminarContinuação de boa viagem.
Ab
Obrigado. Abraço
EliminarOlá,cá estou eu, por instinto vim checkar. E nós sem direito a cafezinho nesta linda nossa vila, enfim...
ResponderEliminarBoa viagem por terras de Vera Cruz! Conte-nos coisas do português do Brasil. Gosto muito.
Bjs, Ana
E veio na altura certa. Fica para o regresso, o café. Beijinhos
EliminarAssim por exemplo:
ResponderEliminarhttps://youtu.be/f40xA_Cs6VM
Por exemplo assim: https://youtu.be/f40xA_Cs6VM
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