A cidade de Antofagasta estende-se por uns 20 Km de costa, a maioria
rochosa mas com várias praias. Jantei num restaurante de hamburgers e de lá
marquei pela internet um simpático Hotel junto à praia. Na manhã seguinte dei
uma volta a pé pela baía antes de partir, por volta do meio dia. Fui andando
para Sul pela Pan Americana mas, por indicação do dono do Hotel, passados 50 Km
apanhei um desvio que me levou à costa por uma estrada recente muito mais
interessante, não só pela vista, em que rodamos entre o deserto e as rochas
costeiras, como pelo sinuoso do trajecto em algumas partes.
Há pouco tempo esta estrada era um caminho de terra muito pouco utilizado e
por isso esta costa não está explorada e tem apenas uma ou outra aldeia de
pescadores em que as casas são pouco mais que barracas.
Uns 200 Km depois voltei a apanhar a Pan Americana que, antes de chegar a
Santiago passa, por duas vezes, junto à costa, mais a Sul. Num destes trajectos
encontra-se uma vila a que chamam Bahia Inglesa onde o dono do Hotel de Antofagasta
me tinha sugerido ficar essa noite. É o género de uma vila Hippy, com uma
bonita praia e algum turismo mesmo nesta altura do ano, em que ainda não é
época alta.
Pediram-me fortunas pelos quartos de Hotel e acabei por ficar num quarto
recôndito, anexo a uma casa bera onde me cobraram o equivalente a quase trinta
euros pela estadia, sem pequeno almoço. Já o jantar num restaurante local de
uma sopa de marisco quase só de mexilhão e um sumo me tinha custado 15.
Definitivamente a Bahia Inglesa não vale o que os locais acham que vale.
Na manhã seguinte segui o meu trajecto para Sul pela Pan Americana. Pelo
caminho um parque de geradores de ventoinha mas, muito mais impressionante, é
um gigantesco parque de painéis solares que ocupa todo um vale e será,
certamente, dos maiores do mundo. 420 Km’s a Sul de Bahia Inglesa fui ficar a
uma pequena vila menos na moda, La Serena, onde os preços já eram razoáveis.
Estava a pouco mais de 200 Km’s de Santiago e por isso aproveitei o dia
seguinte para, a caminho, passar em Viña del Mar, uma cidade junto ao mar com
bom aspecto e em Valparaiso, um importante porto perto, onde almocei.
Na parte da tarde cheguei a Santiago e fui direito a um concessionário
Honda não só para tentar que me reparassem um furo lento que tinha no pneu de
trás há quatro dias e me obrigava a encher o pneu todas as manhãs como para ver
se me podiam ligar a moto à maquina electrónica para perceber porque se
“embrulhava” a partir das 4200 r.p.m. mas faltava só uma hora para fecharem e
pediram se lá voltava na manhã seguinte. Marquei desde ali um quarto numa casa
de habitação perto e na manhã seguinte voltei lá mas, como demorassem mais de
uma hora para me atenderem, arranquei e fui reparar o pneu a uma vulcanizadora
onde em cinco minutos me puseram um taco.
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