Delhi 3
Hoje de manhã
aproveitei boleia do Embaixador para a cidade e fui visitar Delhi. Primeiro a
parte de New Delhi mais arranjada, onde estão instaladas a maioria das
embaixadas e a residência do Presidente, ministérios, etc. Tudo rodeado de bem tratados
jardins, ajudados pelas chuvas das monções que até à semana passada inundaram a
cidade. Agora deixou de chover com essa intensidade mas o céu continua enublado
e uma humidade de 90% parece transformar os 30º atmosféricos em 50. Cinco minutos
depois de sair do duche estou a suar.
A visita seguiu
depois pelo túmulo de Humayun, antecessor do famoso Taj Mahal de Agra, que
espero visitar logo que a moto esteja operacional. Depois passei pelo enorme
templo Bahá que, ao representar uma flor de Lotus pretende ser um apelo à paz
no mundo através de um elogio a todas as religiões.
Estava tranquilo
a circular pelos jardins à volta desta enorme flor de betão forrado a mármore
quando dois miúdos dos seus vinte anos, certamente por me terem confundido com
alguém famoso, vieram pedir-me para tirarem, um de cada vez, uma fotografia ao
meu lado. Outros viram e juntaram-se para tirarem também eles fotografias
comigo e por mais que lhes explicasse que era um simples turista não ligavam
nenhuma. Foram 10 minutos hilariantes que acabaram com a minha fuga.
De ali segui para
a parte velha da cidade que me lembra a India a que estou mais habituado:
transito muito confuso, maioritariamente de “rickshaws” motorizados ou não, sujidade
pelas ruas, homens a dormirem pelos cantos quando não estão a cuspir para o
chão, vendedores de tudo quanto há, barbeiros de rua, limpadores de ouvidos,
malabaristas ou trapaceiros que pretendem curar doenças através de milagres
instantâneos, tudo acompanhado pelo som ensurdecedor das buzinas de carros e
motos que tocam sem parar, dão uma animação a estas cidades indianas fora do
vulgar.
Depois de dar uma
volta a pé pelas ruas apanhei um “rickshaw” de pedal até um restaurante que me
tinham recomendado. Num trajeto de 15 minutos, que incluiu circularmos na faixa
contrária, o condutor pedir-me para saltar fora para poder passar por cima do
separador central, razias e toques de frente e por trás houve de tudo. Ao
terceiro susto deixei de avisar o homem e optei por fechar os olhos até
ultrapassarmos o problema.
Regressei com um
“rickshawer” mais consciente a caminho da estação de metro para voltar a casa.
Curioso foi constatar que também aqui, à semelhança de Teerão, o metro tem uma
carruagem reservada para mulheres.
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