Jaipur
Hoje de manhã, depois de tomar o pequeno almoço no restaurante junto à piscina do Hotel de 25 euros com esta vista espetacular, fui fazer mais umas visitas antes de deixar Udaipur.
Passei no museu de carros antigos onde o mais interessante são os Rolls dos anos 20 e 30 dum dos últimos Maharaja e depois fui ver o City Palace, residência oficial dos Maharaja de Udaipur.
Uma curiosidade é que são a família que está no poder há mais tempo no mundo, desde o século VIII.
A família é tão antiga que no seu brasão têm um sol que segundo eles significa que existem há tanto tempo como o sol.
O palácio em si, por ser muito antigo, não é espampanante e o mais fora do vulgar é uma impressionante coleção de peças em cristal que um Maharaja do século IXX tinha encomendado ao principal fabricante inglês da época. Esse Maharaja morreu com 25 anos, antes das peças chegarem à India, de maneira que ficaram empacotadas até há duas ou três dezenas de anos quando o atual descendente decidiu abrir a encomenda guardada há um século e coloca-la à vista do público. Estes cristais não se resumem a centenas de copos ou enormes candelabros pois incluem objetos raríssimos como mesas, cadeirões de sala e até uma cama para o Maharaja. No fundo o Maharaja tinha ideia de decorar todo o Palácio com móveis em cristal.
Depois desta demorada visita fiz-me à estrada, a caminho de Jaipur. Como saí já depois da uma da tarde fui a uma velocidade um pouco acima da média, a 130, 140 Km/h pois tinha mais de 400 Km pela frente e pretendia chegar com luz do dia, coisa que acabei por não conseguir.
É que hoje, por exemplo, nestes quatrocentos e poucos quilómetros de dita auto estrada, que provavelmente será a mais movimentada do país, pois são perto de 2000 Km que ligam a capital a Mumbai que é não só a cidade mais populosa (mais até que Delhi) como o principal porto indiano, apanhei, em alturas diferentes, um camião, um jipe, um trator e um “rickshaw” a circularem em sentido contrário, um cilindro que não estava a cilindrar mas simplesmente a circular na auto estrada, um trator a 20 Km/h encostado à faixa da direita, um rebanho com os respectivos pastores a ocuparem mais de uma faixa da auto estrada para além de várias vacas a pastarem no separador central e de um cadáver de um cão à saída de uma curva que não consegui evitar.
A situação complica-se ainda mais porque, embora eles aqui circulem pela esquerda, à inglesa, na auto estrada há uns que preferem ir encostados à direita e outros à esquerda, independentemente de serem camiões, carros ou tratores. Ao princípio ainda pensei que poderiam ser os canhotos que circulavam encostados à direita mas depois constatei não ser possível pois estão repartidos mais ou menos 50% em cada faixa. Todos acham a situação normal e as ultrapassagens são feitas, com a maior das naturalidades, tanto pelo lado esquerdo como pelo lado direito, conforme o que estiver mais a jeito. Na prática, a circular de moto muito mais depressa que os camiões, que são a grande maioria dos utilizadores, é como se fôssemos sempre a fazer chicanes num circuito, com curva e contra curva, sem perder atenção às muitas “armadilhas”.
Chego ao fim do dia cansado mas até é animado e divertido. Nunca posso é andar distraído, a ver a paisagem.
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